Lisboa: Arcebispo de Barcelona critica a “Europa da indiferença”
Domingos Pinto – Lisboa
O Cardeal-arcebispo de Barcelona, D. Juan José Omella, foi o convidado deste ano da Conferência que a Comissão Nacional Justiça e Paz promoveu no passado dia 9 de novembro no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa.
«Com os pobres», foi o tema desta iniciativa que abriu com uma conferência de D. Juan José Omella que refletiu o tema «Viver a opção preferencial pelos pobres hoje na Europa».
O prelado reafirmou os princípios da ação social que orientam as práticas de solidariedade dos cristãos nas origens do cristianismo e no pós Vaticano II”.
Para D. Juan José Omella “a ação pastoral tem de passar da reflexão para o coração, para a empatia” para “passar, depois, pelas mãos, têm de passar pelo nosso bairro e pelas nossas ações”.
“Escrevemos muito bem os documentos, mas na vida concreta é mais difícil”, afirmou D. Juan José Omella que questionou os participantes sobre o nome dos pobres com quem se cruzam diariamente.
O Cardeal espanhol criticou depois a Europa da indiferença que “perdeu a dimensão comunitária da vida” e vive uma “mercantilização da existência”.
“Perante a avalanche de imigrantes na Europa, o que vamos fazer? Ninguém os quer. Não podemos socorrer todos sem saber onde os colocamos. Mas o que estamos a fazer para que não tenham de sair? Quantos países cumprem o compromisso de dar uma percentagem da sua riqueza para os países mais pobres? E como invertemos isso?”, interpelou o prelado.
Preocupações do arcebispo de Barcelona que D. José Traquina, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana também partilhou com a VATICAN NEWS e a Agência ECLÉSIA, considerando que é preciso “estar com os pobres, estar ao seu lado”.
“A questão da habitação e a questão da estabilidade do emprego são duas situações sociais que nós identificamos como causas de situação de dificuldade económica que levam as pessoas a recorrer à Caritas”, diz o bispo de Santarém sobre a realidade da pobreza em Portugal.
Também à margem da Conferência, Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, falou da “opção preferencial pelos pobres como uma questão de credibilidade da própria igreja”, e deixou alguns desafios para o poder político em Portugal na legislatura que agora se iniciou.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui