O Papa no próximo domingo irá a Greccio
Silvonei José – Cidade do Vaticano
No final da audiência geral desta quarta-feira, Francisco anunciou sua visita ao Santuário Franciscano do Presépio de Greccio, no domingo, 1º de dezembro:
“Irei a Greccio para rezar no lugar do primeiro presépio que fez São Francisco de Assis e enviar a todo o povo fiel uma carta para entender o significado do presépio".
Para saber como o Papa Francisco será acolhido e com que espírito foi recebida a notícia de sua visita a Greccio, entrevistamos o pe. Luciano De Giusti, vigário do Santuário franciscano do Presépio:
R. – Recebemos a notícia com grande surpresa por parte da fraternidade que vive aqui no Santuário, recebemos com grande alegria. De verdade não esperávamos isto. Para nós é realmente uma grande alegria, uma grande honra receber o Papa aqui no Santuário, mesmo que ele já tenha vindo aqui no dia 4 de janeiro de 2016, em visita particular. Ele veio com o bispo de Rieti, dom Pompili.
Como é que ele será recebido? Haverá muitos leigos que desejarão encontrar o Santo Padre?
R. - Sim. Estamos procurando organizar toda a máquina logística em conjunto com o bispo. Certamente haverá leigos que estarão na igreja do Santuário. Haverá sacerdotes na parte superior da igreja. Na pequena praça do Santuário, haverá outros fiéis como também ao longo do caminho. Vamos acolhê-lo na Gruta da Natividade, onde em 1223 Francisco celebrou este Natal especial precisamente aqui em Greccio.
Recordamos que Greccio é o lugar onde São Francisco de Assis realizou o primeiro presépio. Todo o vale santo do reatino é lugar da espiritualidade franciscana. Ainda se vive este espírito de São Francisco?
R. - Sim, se vive e se respira a mensagem de Francisco de Assis. Aqui em Greccio, nesta época do Natal, acolhemos muitos peregrinos. Aqui está realmente esta mensagem de um Deus que se torna pequeno, que desce e que quer ser acolhido na nossa vida. Portanto, é ainda uma mensagem para cada um de nós do Deus humilde que se faz criança e que não assusta ninguém.
A mensagem de Deus criança inerente ao presépio está viva na tradição das casas e de todas as igrejas na Itália e no mundo. No entanto, há realidades que gostariam que esta tradição fosse colocada num canto ou relegada a um assunto privado. O presépio, em vez disso, fala ao mundo inteiro...
R. - Creio que seja também o sinal da nossa fé, da nossa cultura ocidental, da fé no Senhor que se faz carne. Às vezes o presépio é muito esbanjado na esfera pública, mas eu acho que pode ser um sinal para dar a conhecer também àqueles que não compartilham a fé cristã, onde está o coração do mistério da nossa salvação para nós cristãos. Por isso, acredito que às vezes algumas batalhas são mais ideológicas do que qualquer outra coisa.
Ao longo dos séculos, o presépio tornou-se também arte, beleza; tornou-se a partilha de uma comunidade que o prepara. A fé para ser alimentada precisa também de símbolos, desses símbolos vivos?
R. - Sim, isto é muito bonito. A arte é algo que enfatiza a nossa fé. A fé é também beleza, é também cultura. Assim, tudo o que encontramos na nossa herança cultural nasce da nossa fé, do Deus que se faz carne e, portanto, cada um interpreta este evento ao longo dos séculos, mas também hoje.
Cada tradição fez então o seu presépio e o reinterpretou em todos os lugares onde foi encenado...
R. - Sim, claro. Esta é a riqueza de cada realidade local que reinterpreta, renova e até partilha a sensibilidade do período no qual ele se reatualiza.
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