COP25, Igreja renova compromisso pelo cuidado da Criação

Vatican News - Cidade do Vaticano

A COP25 de Madri, na Espanha, sobre as mudanças climáticas foi uma ocasião perdida pela comunidade internacional, mas a Igreja, seguindo o exemplo de Francisco, é chamada agora a redobrar os esforços em defesa da nossa Casa Comum.

Esse foi o apelo lançado pela Pontifícia Universidade Comillas de Madri, onde esta segunda-feira (16/12) foi apresentado o volume, editado pela Romana Editorial e LEV – Livraria Editora Vaticana –, “Una gran esperanza”, edição espanhola de “Nostra Madre Terra”, primeiro livro da coleção ecumênica da LEV, “Scambio di Doni” (Troca de Dons), que traz o prefácio do Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.

Urgente responder ao apelo do Papa Francisco

Para o arcebispo emérito de Barcelona, cardeal Lluis Martínez Sistach, o insucesso da COP25 torna ainda mais urgente responder ao apelo do Papa Francisco, contido na Laudato si’ (Carta encíclica sobre o cuidado da casa comum, ndr) e reiterado neste livro, por uma ecologia integral que una a custódia da Criação e o compromisso contra as desigualdades sociais.

Em seu pronunciamento, o purpurado se deteve sobre a pastoral urbana, recordando que o aquecimento global é produzido sobretudo nas grandes cidades, e que por isso se torna necessária uma mudança dos estilos de vida para inverter a rota.

Não deixar-se vencer pela desilusão

Por sua vez, o arcebispo de Madri, cardeal Carlos Osoro Sierra, ressaltou que, embora se esperasse muito mais da COP25, não se deve deixar-se vencer pela desilusão. Ao invés, foi a sua exortação, é preciso trabalhar de modo concreto e transversal a fim de que se compreenda que o ambiente é um bem comum que diz respeito a todos. A humanidade, advertiu o cardeal Osoro, precisa de uma nova esperança, de uma visão integral que una a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável.

Também se pronunciou na apresentação o vice-diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, Alessandro Gisotti, que evidenciou o compromisso das novas gerações no movimento pelo cuidado da Criação.

Jovens têm no Papa Francisco um interlocutor privilegiado

Estes jovens, observou o ex-porta-voz da Santa Sé, encontram no Papa Francisco um interlocutor privilegiado porque sentem que o Papa é o líder mundial que com mais afinco leva a sério o tema da crise ecológica e da responsabilidade para com as futuras gerações.

A dimensão ecumênica da apresentação do livro foi ressaltada pelo representante do Patriarca de Constantinopla na Espanha e Portugal, o Metropolita Policarpo, o qual, em sua intervenção, ressaltou que Francisco e Bartolomeu I, com o comum compromisso ecológico deles, testemunham que existe uma estreita união entre o ecumenismo e o cuidado pelo ambiente.

Oferecer respostas globais a uma crise global

Na apresentação do volume interveio também a presidente da Romana Editorial, Carmen Megallon, e o reitor da Universidade Comillas, o jesuíta Julio Martinez. Este último evidenciou que as religiões são chamadas a oferecer respostas globais a uma crise global, como é hoje a crise ecológica.

Seguindo o exemplo de Francisco, observou o jesuíta espanhol, devemos esforçar-nos contra a “cultura do descarte” conscientes de que vivemos um momento crucial. Encontramo-nos diante de uma encruzilhada, chamados a tomar o caminho, indicado pela Laudato si’, rumo a uma ecologia integral.