Gâmbia: diante da crescente islamização, Igrejas defendem Estado laico
Cidade do Vaticano
A inclusão no preâmbulo da nova Constituição em fase redação de uma lei que sancione a laicidade do Estado. É o que defendem as Igrejas cristãs na Gâmbia, preocupadas com a crescente islamização do país, com 90% da população muçulmana, iniciada pelo ex-ditador Yahya Jammeh, no poder por 22 anos.
Pouco antes de sua saída do cenário político, após a derrota nas eleições presidenciais de 2016, Jammeh havia declarado a Gâmbia uma República Islâmica, sem consultar a Assembléia Nacional ou convocar um referendum, iniciativa que havia suscitado protestos dos cristãos.
Apesar de suas garantias, teve início uma série de restrições, entre as quais a imposição do véu também às mulheres cristãs empregadas na administração pública e a redução do espaço do cemitério cristão de Banjul.
E é para impedir que esse tipo de abuso ocorra novamente que, nos últimos dias, o Conselho Cristão da Gâmbia (CCG), formado pelas Igrejas Católica, Anglicana e Metodista exigiu que, no preâmbulo da futura Carta Constitucional, seja especificado o termo "Estado laico".
Na Gâmbia, os cristãos representam cerca de 9% da população, dos quais pouco mais de 2% são católicos. A atual Constituição reconhece a liberdade religiosa e as comunidades religiosas não são obrigadas a se registrar, enquanto a lei garante o direito à educação religiosa, quer islâmica como cristã, tanto nas escolas estatais como privadas.
As relações entre a Igreja Católica e as instituições muçulmanas no geral são boas, ainda que a virada para a tendência islãmica de Jamneh tenha despertado fortes preocupações entre os cristãos.
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