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Nos últimos três dias, foram assassinados quatro indígenas Nos últimos três dias, foram assassinados quatro indígenas 

Igreja preocupada com agressões a indígenas no Brasil

"Já o Papa João Paulo II dizia que a Igreja sempre se preocupará em defender a dignidade dos povos indígenas, seus direitos à vida e ao respeito dos valores, tradições, costumes e culturas. O Sínodo da Amazônia renovou esta aliança, especialmente num contexto de crescente agressão a estes povos e seus territórios", escreve o Pe. Dario Bossi.

Cidade do Vaticano

Várias entidades ligadas à Igreja Católica no Brasil manifestam sua preocupação com o recente assassinato de indígenas.

O provincial dos missionários combonianos no Brasil, Pe. Dario Bossi, fez ao Vatican News um relato do que está acontecendo na região amazônica do Maranhão. Nos últimos três dias, foram assassinados quatro indígenas:

Ouça o Padre Dario Bossi

Foi um “Tiro ao alvo” contra os indígenas, comentam os responsáveis da pastoral indigenista do Maranhão.

No dia 7 de dezembro, dois indígenas, Firmino e Raimundo Guajajara, no município de Jenipapo dos Vieiras, no limite da Amazônia oriental, estavam voltando de uma reunião de negociação com os projetos de instalações elétricas que atravessam suas terras e foram metralhados por um automóvel que ultrapassou a motocicleta deles.

Outros dois ficaram feridos e um deles veio a óbito na segunda-feira, dia 9.

Na mesma segunda feira, num clima de tensão e de protesto dos indígenas pela violência e a impunidade, o indígena Lo foi atropelado por um carro e se encontra no hospital.

Um ataque da mesma brutalidade ocorreu na cidade de Manaus, contra o indígena Tuyuca Humberto Peixoto, que atuava na Caritas Arquidiocesana e era conselheiro municipal representando os povos indígenas. Espancado violentamente no dia 2 de dezembro, veio a óbito sábado passado.

No começo de novembro, logo depois do encerramento da assembleia sinodal sobre a Amazônia, em Roma, foi assassinato o líder Paulinho Guajajara, guardião da floresta na Terra Iindígena Arariboia. Ainda não se identificaram os assassinos e mandantes deste crime.

Cresce, no Brasil, um clima de impunidade e violência, especialmente contra as populações tradicionais e nos contextos de disputa por territórios.

O desmatamento da Amazônia brasileira continua aumentando, o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas é cada vez mais precário e, também por isso, aumentam os conflitos entre indígenas e não indígenas nos territórios.

A Terra Indígena Arariboia, com presença também de indígenas isolados, é uma das poucas regiões do Maranhão que ainda preservam a floresta, mesmo tendo sido violentamente atacada por incêndios nos meses passados.

Os guajajara das Terras Iindígenas Urucu/Juruá e Geralda Toco Preto estão acampados no Distrito sanitário especial indígena em São Luiz, ocupando-o e reivindicando acesso à energia elétrica, direito à saúde e acesso à água e ao transporte.

Já o Papa João Paulo II dizia que a Igreja sempre se preocupará em defender a dignidade dos povos indígenas, seus direitos à vida e ao respeito dos valores, tradições, costumes e culturas.

O Sínodo da Amazônia renovou esta aliança, especialmente num contexto de crescente agressão a estes povos e seus territórios.

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10 dezembro 2019, 12:37