Coronavírus: missas suspensas no norte da Itália e apelo pela união em oração
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A quinta morte causada pelo coronavírus na Itália foi confirmada no final da manhã desta segunda-feira (24) por fontes oficiais da Região da Lombardia, no norte do país. Em todos os casos fatais se trata de pessoas idosas com um quadro clínico geral comprometido em precedência. Já o número de pessoas infectadas ultrapassa os 200 na Itália, caracterizando o país como o terceiro no mundo por número de contágios, depois da China e da Coreia do Sul.
Toque de recolher na região norte
A província de Lodi, na região da Lombardia, tem quase 200 mil habitantes e é dividida em 61 municípios. Dez dessas cidades (Codogno, Castiglione d'Adda, Casalpusterlengo, Fombio, Maleo, Somaglia, Bertonico, Terranova dei Passerini, Castelgerundo e San Fiorano) fazem parte de uma zona considerada “vermelha” e de “quarentena forçada”. Um decreto do Ministério da Saúde com disposições específicas e destinadas aos residentes da Lombardia foi divulgado no final de semana e tem validade até 1º de março: são normas de prevenção como “o de evitar, na medida do possível, de frequentar lugares superlotados e de participar de manifestações e eventos públicos”, além das medidas extraordinárias, como a restrição na circulação entre as cidades afetadas, o fechamento de 5.500 escolas de toda ordem e grau, creches, cinemas e museus; os eventos esportivos e as missas também foram canceladas.
As restrições para conter a difusão do vírus
As celebrações eucarísticas foram suspensas nas duas regiões mais atingidas, em especial, na Lombardia e no Vêneto, e a Igreja está colaborando com as autoridades para conter a difusão do vírus. Em Milão, a diocese estabeleceu que as igrejas permaneçam abertas; que, nos oratórios, não sejam realizados encontros, iniciativas e reuniões; que os enterros e os matrimônios podem ser celebrados, mas somente com a presença dos parentes próximos.
O arcebispo de Milão, Mario Delpini, invocando a bênção de Deus sobre àqueles que estão doentes ou isolados, afirmou que “cada indicação que será dada para a prevenção e para comportamentos prudentes será acolhida com rigor pelas instituições eclesiásticas. Quem está sendo obrigado a suspender as atividades ordinárias encontrará ocasião para dias menos frenéticos: poderá viver o tempo à disposição também para rezar, pensar, buscar formas de proximidade com os irmãos e as irmãs”, finalizou o arcebispo.
O Patriarca de Veneza, Francesco Moraglia, também convida os fiéis a dedicar “um tempo conveniente à oração e à meditação, eventualmente também se ajudando através das celebrações transmitidas pela rádio e pela TV”. Como cidadãos e fiéis, acrescenta ele, “somos chamados a viver este momento de dificuldade com sentido de responsabilidade cívica, sem ceder a alarmismos e a medos injustificados. Confiamos à proteção da Virgem Maria, invocada com o título de Nossa Senhora da Saúde. Que ela interceda junto a Seu Filho, o Santíssimo Redentor. A nossa oração é também para aqueles que são designados ao bem comum para que assumam decisões prudentes e sábias para o nosso povo, sobretudo para os mais frágeis e para os idosos”.
A situação das dioceses
Por precaução, paróquias do norte da Itália já estão tomando medidas de prevenção: durante as celebrações não será dada a saudação da paz, a comunhão será dada na mão e a água benta dos locais está sendo retirada. Pe. Gabriele, pároco da cidade de Castiglione d’Adda, dirigiu uma mensagem comovente aos fiéis, sobre a emergência sanitária que “parecia estar distante, mas que agora está aqui na nossa casa”. Ele fala de seguir as indicações das autoridades, como a suspensão das missas, mas não de deixar de rezar, ao contrário, “incrementá-la”:
230 milhões de euros em apoio à Itália
A atual situação sanitária está em plena evolução, mas está sendo monitorada continuamente por parte de todas as autoridades, inclusive dos 60 prefeitos dos municípios de Lodi, para administrar a emergência com responsabilidade. A comissária da saúde em nível europeu, Stella Kyriakides, anunciou que nesta terça-feira (25) virá à Itália, “em acordo com as autoridades” do país, para uma missão conjunta com o Centro Europeu para a Prevenção e o Controle das Doenças e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Itália, segundo a comissária europeia, tomou “todas as medidas necessárias” para rastrear a difusão do vírus e prevenir mais contágios. Ela também anunciou que a Comissão Europeia decidiu destinar 230 milhões de euros para a luta contra difusão do coronavírus.
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