Eutanásia: “Confunde-se o fim do sofrimento com o fim da vida”
Domingos Pinto – Lisboa
“Não é para que os outros façam ou decidam aquilo que nós achamos que é correto. É para que compreendam melhor também os nossos pontos de vista, e, sem guerras de trincheiras, fazer um debate mais aprofundado e perceber o que é que está em causa quando se diz eutanásia em sentido estrito”.
Declarações à VATICAN NEWS do padre e médico José Manuel Pereira de Almeida, coordenador nacional da pastoral da saúde à margem do debate que o Centro de Reflexão Cristã promoveu no passado dia 5 em Lisboa sob o tema “Eutanásia e Boa Morte Hoje”.
Um debate que contou também com o contributo de Manuel Luís Capelas, Prof. Auxiliar na Universidade Católica Portuguesa e doutorado em “Ciências da Saúde - Cuidados Paliativos.”
Com pano de fundo esteve a discussão agendada para 20 de fevereiro no parlamento português sobre a despenalização da eutanásia que debaterá as propostas do BE, PS, PAN e PEV”, os partidos que têm iniciativas legislativas sobre a matéria.
“A resposta são os cuidados paliativos e nisso temos muito a caminhar”, sublinha o padre José Manuel Pereira de Almeida que considera falaciosa a argumentação dos defensores da eutanásia por entender que “confundem o fim do sofrimento com o fim da vida”.
Também ao portal da Santa Sé o Prof. Auxiliar da UCP, Luis Capelas, considera que “a vida não é referendável”, e explica que “respeitar a dignidade humana é aliviar toda e qualquer forma de sofrimento que seja intolerável”, apontando para a necessidade de cuidados paliativos.
O colóquio no Centro Nacional de Cultura terminou com breves intervenções dos participantes, entre as quais a do deputado socialista Pedro Cegonho que defende que “a legalização da eutanásia tem problemas de constitucionalidade relativamente à inviolabilidade da vida humana”.
O deputado do PS, que apontou três razões para votar contra os projetos de lei sobre a legalização da eutanásia, disse ter “dúvidas que os projetos suscitam quanto à preservação da dignidade de uma pessoa que está em situação de sofrimento”.
Questionado sobre a possibilidade de realização de um referendo sobre o assunto, o deputado socialista entende que “este é um tema que não pode ser referendável”.
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