Pandemia terá consequências devastadoras no Haiti
Vatican News
A pandemia "Covid-19" não faz distinções, parece atingir todos os países do mundo. Mas em alguns Estados, em particular, os surtos de vírus provocam danos maiores. É o caso do Haiti, nação ainda provada pelo dramático terremoto que, há dez anos, causou mais de 200 mil vítimas, deixando um rastro de morte e destruição.
“Estamos diante de uma catástrofe anunciada - explica padre Renold Antoine, superior Regional dos Redentoristas da ilha, citado pela agência Cath. O que acontecerá devido à pandemia será catastrófico, porque aqui vivemos dia por dia e não temos os instrumentos essenciais para lidar com esse vírus".
Até o momento foram confirmados oito casos positivos para o Covid-19, mas - sublinha o padre Antoine - "este é apenas o começo" de um drama muito maior que, mais cedo ou mais tarde, afetará toda a população.
"As pessoas vivem nas ruas - reitera o sacerdote - não há água limpa nem para lavar as mãos, não há eletricidade nas casas e nem mesmo nos hospitais".
Por sua parte, os Redentoristas se empenham em oferecer, quer ajuda espiritual como material. Após o fechamento das igrejas por determinação do Estado, em conformidade com as regras de saúde anti-contágio, as Missas passaram a ser transmitidas ao vivo nas redes sociais e alguns reservatórios de água limpa foram disponibilizados para a população.
"Também compartilhamos a comida com as pessoas mais pobres", conclui o padre Renold, rezando ao Senhor para proteger o país, privado de tudo, sobretudo das "instalações de saúde necessárias para enfrentar essa crise".
Atingido em 12 de janeiro de 2010 por um terremoto de magnitude 7, o Haiti tenta se reerguer, mas o processo de reconstrução prossegue lentamente, apesar da ajuda da comunidade internacional. Mais de 300 mil pessoas ainda vivem em favelas e 55% da população tem menos de dois dólares por dia e não tem o que comer.
Nesse difícil contexto, a Igreja não deixa de fazer sentir sua presença com muita força: os missionários locais - como os camilianos e os scalabrinianos - arregaçaram as mangas, ampliando suas estruturas de saúde para acolher a população e reconstruir povoados para abrigar as pessoas deslocadas.
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