Para salvar estudantes, religiosa morre em explosão em escola
Pe. Paul Samasumo, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Com a atenção do mundo focalizada sobre a pandemia do coronavírus, a enorme explosão do último dia 15 de março, registrada em Lagos, na Nigéria, não fez notícia. A explosão deixou muitos escombros em grande parte do “Bethlehem Girls College” e também entre as casas e 50 edifícios próximos. A escola é de propriedade da Arquidiocese de Lagos e administrada pela Congregação das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.
A diretora do instituto, Irmã Henrietta Alokha, foi uma das 18 vítimas que morreram na explosão. Outras 25 pessoas ficaram feridas. Alguns estudantes e pessoas das proximidades, que sofreram lesões, foram tratados em hospitais locais. Além disso, mais de 200 pessoas estão desabrigadas, enquanto que 50 casas do complexo foram destruídas.
Diretora salva todas estudantes da capela
A superiora geral das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, na Nigéria, Ir. Monica Omowunmi Rowland, em entrevista ao Vatican News, explicou que as estudantes do colégio estavam reunidas na capela da escola para a missa e, subitamente, perceberam uma fumaça branca insólita que vinha de fora. Naquele momento, a diretora, Ir. Henrietta, disse às alunas para ficarem próximas à porta de trás da capela. Dessa forma, a religiosa protegeu todas as estudantes e procurou garantir que não tivessem fugas precipitadas.
Todas as jovens, então, foram retiradas da capela. Logo em seguida, uma forte explosão sacudiu a comunidade inteira e todo o colégio. A superiora geral explicou que a Irmã Henrietta e uma mulher da segurança foram mortas enquanto garantiam que as estudantes ficassem protegidas:
“Depois de ter salvado todo o seu grupo, Ir. Henrietta voltou para a capela porque não encontrava outras duas estudantes. Foi procurá-las, mesmo que tenha recebido a orientação para não voltar. Mas ela preferiu correr o risco de salvar as duas jovens que, por sorte, naquele meio tempo, fugiram para uma outra direção e tinham conseguido alcançar as colegas. A Irmã, então, ao voltar atrás, foi atingida na cabeça pelo desabamento do edifício e morreu na hora.”
Irmã Henrietta fazia parte da Congregação das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, a primeira ordem religiosa indígena naquela região da Nigéria, criada para responder às necessidades da Igreja, como eliminar as causas da pobreza. Segundo a agência de notícias Fides, o arcebispo de Lagos, Alfred Adewale Martins, afirmou que a diretora do colégio “pagou o preço supremo da sua oferta para garantir a segurança de mais de 300 estudantes que estavam sob a sua responsabilidade. Queríamos informar que todos os estudantes da escola estão sãos e salvos”.
As causas da explosão são desconhecidas
A superiora geral do Sagrado Coração de Jesus contou que também morreram outros cinco funcionários que estavam nos seus alojamentos, por causa do desmoronamento da estrutura. Ainda não se sabe o que possa ter provocado a deflagração. A causa poderia ter sido uma explosão de gás próximo ao Complexo Internacional de Feiras, o Amuwo Odofin Local Government, uma área administrada pelo governo de Lagos.
““Neste momento de dor, expressamos as nossas condolências às famílias de todos aqueles que perderam a vida e a casa. Rezemos pelo eterno repouso das suas almas e pela rápida recuperação dos feridos. Não se sabe ainda a causa da explosão, todavia, alguns pensam que seja um caminhão que atingiu as bombas de gás. Outros acreditam que tenha sido uma bomba. Seja o que for, não vai trazer de volta os mortos, mas uma coisa é certa: Irmã Henrietta Alokha e tantos outros morreram nesta triste história. Que possam repousar em paz”, finalizou a superiora geral
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