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Presidência da CNBB em Roraima Presidência da CNBB em Roraima  

Presidência da CNBB em Roraima: conhecer situação de migrantes venezuelanos e ação da Igreja na região

Segundo o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a presidência quer ver o que está acontecendo, olhar o caminho da Igreja em Roraima e a vida de seu povo, deixar-se impactar neste tempo quaresmal por esta experiência e aprender com ela novas lições.

Cidade do Vaticano

De 8 a 12 de março, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cumpre agenda de visitas à Diocese de Roraima (RR) no contexto da Operação Acolhida, organizada pelas Forças Armadas. Dom Fernando José Monteiro Guimarães, arcebispo ordinário Militar do Brasil, também integra a comitiva cujo objetivo é conhecer as ações da Igreja na região.

A atual presidência da CNBB é composta pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, primeiro vice-presidente, o bispo de Roraima (RR), dom Mário Antônio da Silva, segundo vice-presidente, e o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Joel Portella Amado, secretário-geral.

Segundo o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a visita à Diocese de Roraima, a convite de dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima, e de dom Fernando José Monteiro Guimarães, responde a um apelo humanitário de conhecer o que acontece em Roraima em razão da chegada dos venezuelanos que fogem da crise de seu país à procura de uma oportunidade. “Trata-se de um problema que diz respeito não apenas a Roraima, mas ao Brasil, ao mundo e a cada um de nós”, disse.

Deixar-se impactar neste tempo quaresmal

A presidência da CNBB vai, de acordo com dom Walmor, ver o que está acontecendo, olhar o caminho da Igreja em Roraima e a vida de seu povo mas, sobretudo, deixar-se impactar neste tempo quaresmal por esta experiência e aprender com ela novas lições. “Estamos aqui aprendendo e ouvindo, buscando novos caminhos não apenas para compreender e explicar, mas sobretudo para sermos capazes de ajudar a dar novas respostas”, disse.

A missa celebrada no domingo (08/03), às 19h30, na catedral diocesana Cristo Redentor, marcou a abertura desta agenda de visitas. Na segunda-feira, 9 de março, a presidência da CNBB visitou o Centro de Migração e Direitos Humanos (CMDH) e as Missionárias da Caridade. Só em 2019, o CMDH realizou 30 mil atendimentos com o intuito de encaminhar processos de regularização migratória e apoiar as famílias no aluguel de casas.

Para a Irmã Telma Lage, coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos, a visita da presidência da CNBB em Roraima é uma oportunidade de sentir realmente o que está acontecendo na região. “Quando a gente conta o que está acontecendo em Roraima, fora daqui, as pessoas escutam e até entendem, mas quando chegam aqui sentem na pele a dor do povo”, disse.

Ela afirmou que vê no gesto da presidência da CNBB uma maior sensibilidade para perceber o que o povo está vivendo na região e também compreender a dimensão do trabalho que tem sido feito por tantas organizações. “Para a gente sentir, como pede a Campanha da Fraternidade 2020, a gente tem que ver”, disse.

Durante os três dias que seguem, a comitiva da Presidência da CNBB visitará os postos de identificação e triagem de venezuelanos, o Abrigo Rondon 3, a Cáritas e o Serviço Pastoral dos Migrantes, o Projeto Fé e Alegria – serviços dos Jesuítas a Migrantes e Refugiados, o Abrigo Indígena, a Ocupação Espontânea, o Marco das Fronteiras, em Pacaraima, o Alojamento de Trânsito de Pacaraima BV – 8, o Projeto Orinoco, Abrigo Indígena de Pacaraima, o Projeto Canarinhos da Amazônia, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos e Mexendo a Panela.

Igreja no Brasil e crise na Venezuela

Dados consolidados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que 61.681 venezuelanos pediram refúgio no Brasil somente em 2018 — número que representa mais de 75% de todas as solicitações naquele ano. Geralmente, segundo o órgão, um pedido leva de dois a três anos para ser processado pelo comitê. O colapso político e econômico da Venezuela se acentuou em 2019, com confrontos entre forças de segurança leais ao regime de Nicolás Maduro e manifestantes favoráveis à oposição liderada por Juan Guaidó.

Conforme decisão dos bispos do Brasil em sua 56ª Assembleia Geral realizada em Aparecida (SP), de 11 a 20 de abril de 2018, 40% do total de recursos arrecadados na Coleta da Campanha da Fraternidade de 2018 seriam destinados à diocese de Roraima para a ação de acolhida aos imigrantes venezuelanos. Os 40% do Fundo Nacional de Solidariedade deram um montante de R$ 2.365.391,21.

A Diocese de Roraima elaborou e implementou com o recurso o projeto Caminhos de Solidariedade – Brasil Venezuela, uma materialização das forças da Igreja na atenção aos irmãos venezuelanos. Com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade – o gesto concreto da Campanha da Fraternidade da CNBB – o projeto foi organizado em três eixos: articulação conjunta com a Igreja na Venezuela, Integração e meios de vida.

Fonte: CNBB

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10 março 2020, 17:45