Justiça e Paz: cristãos palestinos têm um papel central na realização da vocação de Jerusalém
Cidade do Vaticano
Colaborar na realização da dupla vocação de Jerusalém: a de Cidade Santa universal para judeus, cristãos e muçulmanos, e a de cidade terrena na qual seus habitantes, israelenses e palestinos, podem conviver em paz. Esta é a missão à qual são chamados os cristãos palestinos que vivem ali.
É o que afirma a Comissão Justiça e Paz da Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa num documento publicado, no último dia 4, no site do Patriarcado Latino, dedicado ao futuro dos cristãos de Jerusalém, após sua proclamação como única e indivisível capital do Estado de Israel e a apresentação do plano de paz controverso do presidente Trump para o Oriente Médio.
Um projeto rejeitado pelas Igrejas do mundo que, junto com a Santa Sé, insistem na solução de dois Estados e no reconhecimento de um status especial para a Cidade Santa, garantido internacionalmente, que assegure a liberdade religiosa e o livre acesso aos lugares sagrados para os fiéis das três religiões e de todas as nacionalidades.
Diante dos recentes “progressos preocupantes”, os cristãos palestinos, particularmente “vulneráveis” pelo seu pequeno número e esmagados pelo radicalismo daqueles que reivindicam apenas uma cidade judaica e daqueles que reivindicam apenas uma cidade muçulmana, poderiam ser tentados a se retirar da vida pública, voltando-se para a identidade cristã. Mas, adverte Justiça e Paz, “somente a identidade não é suficiente para garantir um futuro aos cristãos em Jerusalém”. Limitá-la apenas a religião, expõe ao “risco de viver isolados da própria terra, povo e tempo”.
Como palestinos, os cristãos de Jerusalém são “chamados a cumprir sua missão entre seu povo e em sua terra, mesmo que haja muitas dificuldades”, afirma a Comissão, destacando a inseparabilidade das “duas dimensões” de Jerusalém: a de cidade Santa partilhada por fiéis judeus, muçulmanos e cristãos de todo o mundo e a de cidade da vida cotidiana partilhada por israelenses e palestinos.
“Firmemente arraigados em sua identidade pessoal, em suas dimensões religiosa e nacional”, sublinha o documento, os cristãos palestinos de Jerusalém podem “responder plenamente à sua vocação local e universal”, trabalhando pela “igualdade, justiça e paz e contribuindo com todos os meios possíveis” para pôr fim ao conflito em Jerusalém, para que se torne “uma cidade de Deus e uma cidade para todos os seus habitantes, aberta e inclusiva”.
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