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Fé, testemunho, solidariedade: a vida da Igreja no Camboja em tempos de pandemia

O Vigário Apostólico de Phnom Penh destaca o fervor dos fiéis cambojanos diante do Covid-19, ao mesmo tempo que propõe o exemplo de duas grandes testemunhas da fé no Camboja, e recorda que a Igreja no país se prepara para o pós-coronavírus e as consequências sobre os mais vulneráveis, fazendo uma exortação à solidariedade.

Vatican News

Fé, testemunho e solidariedade: Camboja em tempos de "coronavírus", estes são os três pilares da vida da Igreja no Camboja destacados pelo Vigário Apostólico de Phnom Penh, Dom Olivier Schmitthaeusler, em uma longa mensagem divulgada pela agência Eglise d'Asie.

A fé

 

A fé, antes de tudo: no momento em que, por razões de saúde, as celebrações litúrgicas no país são proibidas com a participação popular, o prelado destaca o ímpeto com o qual os fiéis mantêm sua fé viva: "Nestes dias, são oferecidas muitas horas de oração, com muitos Rosários e Vias Sacras rezadas com fervor. Sinto um grande movimento de oração por todo o Vicariato, agora mais do que nunca. Deus nos escuta e nos escutará, pois nada é impossível para Ele”.

"As Missas oferecidas diariamente dão muitos frutos", reitera o prelado. E dirigindo-se diretamente aos fiéis, os exorta: “Rezem por seminaristas, pelas comunidades religiosas, pelos missionários leigos, pelas mulheres consagradas. Também confio a vocês também os batizados, as famílias e todos aqueles que buscam Deus”.

O testemunho

 

Dom Schmitthaeusler recorda então duas grandes testemunhas da fé no Camboja: o Servo de Deus Dom Chhmar Salas, primeiro bispo autóctone, morto em 1977, e Dom Émile Destombes, primeiro sacerdote a poder retornar ao país após o regime de Pol Pot.

"Neste ano – destaca o prelado – celebramos o 45º aniversário da ordenação episcopal de Dom Salas. Ele foi ordenado secretamente em 14 de abril de 1975. Três dias depois, o Khmer Vermelho entrou em Phnom Penh e evacuou a cidade e o novo bispo partiu para o nordeste do país, onde permaneceu até sua morte".

Mas não só: em 2020, celebramos o 30º aniversário da "Missa da Ressurreição", presidida por Dom Destombes em 14 de abril de 1990, Domingo de Páscoa, em Phom Penh, na presença de 3 mil fiéis. Tudo isso demostra - escreve o vigário apostólico - que "Jesus está vivo! Mesmo em nosso mundo invadido pelas trevas da morte, pelo medo e pela solidão causados ​​pelo vírus Covid-19, Jesus está vivo".

A solidariedade

 

Por fim, a solidariedade: o vigário apostólico de Phnom Penh informa ter "convidado a Aliança para a caridade e o desenvolvimento (organismo que reúne ONGs católicas locais), as Congregações religiosas, os escritórios do Vicariato que atuam no campo da saúde, de educação e social, a se prepararem para o período pós-Covid-19".

"Já participamos de treinamentos específicos sobre higiene e a distância social - explica o prelado - agora estamos organizando a distribuição de alimentos, sabonetes e máscaras protetoras para os mais necessitados".

Mas, "é certo que o Covid-19 terá muitas consequências sobre os mais vulneráveis: perda de emprego, dívidas ... Rezemos para que, por meio da solidariedade, sejamos capazes de estar a serviço dos outros, em nome do Ressuscitado".

Nossa Senhora

 

A mensagem de Dom Schmitthaeusler termina com uma oração à Virgem Maria, em cujo 16 de abril celebrava-se o 12º aniversário da descoberta de uma imagem a ela dedicada no rio.

De fato, em 2008, alguns pescadores encontraram uma imagem de ferro fundido de Nossa Senhora de Lourdes às margens do rio que corre ao lado de Phnom Penh. Construída em ferro fundido, com um metro e meio de altura e 160 kg de peso, a escultura ressurge do rio após 33 anos. Os pescadores a colocaram à venda e alguns cristãos, a reconhecendo como um ícone mariano, a compraram, levando-a para a paróquia de Areaksat. A notícia de sua descoberta se espalhou rapidamente, juntamente com a devoção dos fiéis. Tanto que a cada ano milhares de peregrino visitam a paróquia.

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18 abril 2020, 08:18