Coronavírus confirma valor fundamental da vida e da saúde, afirma bispo coreano
Vatican News
“Estamos vivendo um momento de profundo sofrimento e agradecemos a todos os que estão na linha de frente no combate à pandemia. O coronavírus confirmou mais uma vez que a vida e a saúde vêm em primeiro lugar.
A afirmação é do arcebispo Mathias Lee Yong-Hoon, presidente da Comissão de Bioética da Conferência Episcopal Coreana, por ocasião do décimo aniversário do "Domingo da Vida", o aniversário instituído pelos bispos para a defesa da vida.
"Recorre o 25º aniversário da Encíclica Evangelium Vitae e, nunca como neste período histórico, a Igreja pretende reiterar que somente Deus é o Senhor da vida", enfatizou o prelado.
Dom Mathias Lee Yong-Hoon voltou a falar sobre a legalização do aborto depois que, no ano passado, o Tribunal Constitucional rejeitou a lei sobre a proibição de interrupção da gravidez, de 66 anos atrás, considerada "incompatível" com o espírito da Carta Básica.
Mas não só. O próprio Tribunal aceitou a tese sobre o direito das mulheres à liberdade de escolha e pediu ao Parlamento para modificar a lei até o final de 2020, a fim de flexibilizar os vínculos sobre a interrupção da gravidez em sua fase inicial. Em caso de não conformidade, o cenário já antecipado é a total abolição da disciplina aprovada em 1953, já a partir do início de 2021.
"Não devemos chegar a isso", alertou o presidente da Comissão de Bioética, acrescentando que "é necessário por outro lado chegar a normativas que protejam o nascituro, as mulheres grávidas, e ofereçam ao tempo ao médico a liberdade de consciência".
O Tribunal, de fato, também se definiu contrário à punição dos médicos responsáveis pelas operações, prevendo também neste caso uma mudança regulatória.
Segundo Dom Mathias, a pesquisa e experimentos com embriões, bem como a manipulação genética e a contracepção de emergência, levantam questões fundamentais sobre quando tem início a vida humana.
"Deve ser respeitada e protegida de forma absoluta desde o momento da concepção até a morte natural", defende o prelado, que ao mesmo tempo denuncia o problema dos numerosos casos suicídios e o aumento dos casos de eutanásia: "Pedimos um maior compromisso com a construção de redes de segurança social, através do envolvimento de especialistas, para impedir a escolha extrema de acabar com a própria vida. Assim como é necessário - continua o prelado - superar a tentação, cada vez mais difundida, de interromper a assistência médica àqueles em fase terminal. Apoiar e promover a vida é uma missão que Deus confiou a todos", concluiu.
Estima-se que os casos de interrupção da gravidez na Coréia do Sul sejam de cerca de 30.000 a cada ano.
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