Caritas Internacional aos governos: ajuda internacional não deve parar
Cidade do Vaticano
“A ajuda internacional não deve ser interrompida ou reduzida por causa da pandemia de Covid-19.” Esse é o pedido da Caritas Internacional aos governos do mundo, reiterando que “as pessoas mais vulneráveis não devem ser esquecidas”.
“Essa crise está afetando principalmente os países europeus e outros países ocidentais. Mas isso não deve nos fazer perder de vista o sul do mundo, onde os mais vulneráveis e indefesos precisam da solidariedade global”, declara o secretário-geral do organismo caritativo, Aloysius John, num comunicado publicado no site da Caritas. “Ninguém deve ficar para trás. A ajuda deve ser garantida a todos, sobretudo aos países em desenvolvimento, onde a pandemia pode levar a consequências ainda mais catastróficas do que as vividas no Ocidente, devido a vulnerabilidade das estruturas de saúde e das economias nacionais.”
A Caritas Internacional recorda o seu compromisso global e as atividades realizadas pelas 165 seções nacionais que imediatamente entraram em campo para “enfrentar a emergência do coronavírus, conscientizando as populações sobre como impedir a propagação do vírus e fornecendo ajuda direta”.
Recorda-se, em particular, que “a Caritas Venezuela intensificou seus esforços em circunstâncias extremamente difíceis e com recursos limitados, fornecendo aos grupos mais vulneráveis e marginalizados kits de higiene e apoio psicossocial e espiritual a distância, tanto para famílias quanto para idosos”. Por sua vez, “a Caritas Líbano mobilizou seus recursos e adaptou seus serviços para responder à epidemia, seguindo rigorosas medidas de proteção e prevenção, continuando com o fornecimento de alimentos e cuidados básicos de saúde.
Olhando ainda para o Oriente Médio, a Caritas Internacional “chama a atenção para o impacto grave que as sanções econômicas e restrições impostas pela Comunidade internacional podem ter nos setores de saúde e social” da região. De fato, essas medidas “bloqueiam o acesso a fundos, bens e equipamentos médicos que permitiriam prestar assistência médica às pessoas afetadas pela doença e ajudariam a garantir a sobrevivência das populações” locais.
Ao mesmo tempo, o organismo caritativo “também pede para não deixar para trás migrantes, refugiados e requerentes de asilo, que correm mais risco de contágio devido às condições de seus movimentos, aos espaços lotados em que vivem e às precárias condições de trabalho” onde eles se encontram. Por esse motivo, as autoridades locais são convidadas a garantir a todos “o acesso a serviços básicos, independentemente de seu status jurídico”, também de acordo com o apelo lançado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados que exortou os líderes do mundo a “não bloquear o direito de acessar outros países para pedir asilo e a não obrigar as pessoas a voltar a situações de perigo”.
Outro ponto importante da declaração da Caritas Internacional diz respeito às “implicações econômicas” da pandemia: “Muitos trabalhadores migrantes irregulares perderam seus trabalhos”, explica o organismo, “como empregados irregulares que não podem ir ao trabalho, perdendo a principal fonte de apoio financeiro para toda a família”. Por isso, a Caritas exorta os governos a “não excluírem nenhum trabalhador das garantias de proteção social e a tomarem medidas para por fim ao trabalho ilegal”.
“Uma importante lição deve ser aprendida dessa trágica pandemia: o medo da morte desencadeado pelo Covid-19 e tudo o que estamos fazendo para salvar vidas deve nos levar a parar de matar através da guerra e da violência. Esse é um aspecto importante que devemos cultivar porque agora que todos sabem o que significa viver com medo da morte ou a perda de alguém, é o momento de enfrentar e parar as guerras e os conflitos”, conclui Aloysius John.
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