Coronavirus. Líderes religiosos do Canadá: "Esperança, gratidão e solidariedade"

Cidade do Vaticano

Diferentes religiões, mas com uma única voz para lutar contra o Covid-19: é o que se verifica no Canadá, onde mais de 80 líderes religiosos difundiram uma mensagem comum para encorajar os fiéis diante da pandemia do coronavírus.

Cada um se torne para o outro “um farol que ilumina”

“Esperança, gratidão e solidariedade”: assim se intitula o documento que se encontra também no site da Conferência episcopal local. Num momento difícil, em que “a vida cotidiana é sujeitada a incertezas, é preciso haurir esperança do credo religioso, do amor pelo mundo e nossos entes queridos, dos laços de amizade e do nosso trabalho”, porque – lê-se no texto – “cada um destes fatores lança um raio de esperança em nossa cotidianidade”, esperança que “não se pode apagar”.

Daí, o apelo a fim de que cada um se torne para o outro “um farol que ilumina estes tempos incertos e uma testemunha daquela esperança” que “traz a todos uma promessa de renovação, mesmo em meio ao sofrimento”.

Gratidão aos profissionais da área de saúde

Certos do fato de que essa dramática emergência acabará, os líderes religiosos expressam gratidão a todos os “profissionais da área de saúde” que atuam “com dedicação” nestas circunstâncias difíceis.

“Estes homens e estas mulheres nos oferecem um forte testemunho de assistência, competência e serviço” em plena pandemia, expondo-se também ao alto risco de contágios, prossegue a mensagem.

União das forças políticas, um testemunho de esperança

Diga-se o mesmo para todos aqueles que continuam trabalhando nos estabelecimentos de alimentação, nas farmácias, nas fábricas, permitindo à comunidade receber alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais, recorda o documento.

Ademais, os signatários se dizem gratos às forças políticas que, neste momento, colocaram toda divisão de lado “para melhor servir ao bem comum”, porque “também isso é um testemunho de esperança para o povo canadense”.

Exortação a não esquecer os mais vulneráveis

Em seguida, convidando todos os cidadãos a “ouvir e seguir as instruções emanadas pelo governo” para prevenir o contágio, os líderes religiosos exortam à unidade”:

“Devemos agir todos juntos para combater o coronavírus”, escrevem, sobretudo para “não esquecer as pessoas mais vulneráveis”, como os sem-teto, os detentos, os anciãos, as mulheres e as crianças vítimas de abusos e violências, obrigados à quarentena em casa, onde não estão seguros.”

Comunidades autóctones, refugiados e migrantes

O pensamento dos signatários dirige-se também às comunidades autóctones, “inclusive as mais isoladas no norte do Canadá”: para elas, “a situação já era difícil”, mas agora, com a pandemia do Covid-19, “poderá tornar-se devastadora”.

Do mesmo modo, a voz uníssona dos líderes se eleva em favor da tutela “dos necessitados e das vulnerabilidades de muitos refugiados e trabalhadores migrantes, que chegaram ao Canadá em busca de segurança”.

Momento de solidariedade e o poder e importância da oração

Além disso, pede-se aos governos uma maior assistência “às organizações caritativas do país que neste período de crise devem enfrentar maiores desafios”. “Este é um momento de solidariedade”, reitera a mensagem, e é importante pensar “em ser solidários com quem se encontra enfrentando a emergência atual com poucos meios e recursos”.

Por fim, os signatários do documento recordam “o poder e a importância da oração”: “Rezemos com coração sincero pela cura dos doentes, o alívio do sofrimento humano e a perseverança nestes tempos difíceis. Rezemos pela abundância de esperança, gratidão e solidariedade, confiando em Deus misericordioso”, conclui a mensagem.