Homenagem aos médicos que morreram por causa do vírus
Federico Piana- Cidade do Vaticano
A localidade de Duno, cravada em um vale no norte da Itália, poderia ficar no anonimato como sempre. Porém nestes dias trágicos da pandemia, esta localidade aos 530 metros de altitude e com pouco menos de 150 habitantes, chamou a atenção pela existência de um templo de devoção pelos médicos italianos que faleceram em serviço. Construído em 1938 por iniciativa de um zeloso sacerdote, padre Carlo Cambiano, agora espera-se que o templo possa receber, de modo permanente, a recordação dos médicos que faleceram durante a luta contra a pandemia. Até nesta terça-feira, 7 de abril, já faleceram 94 médicos e 24 enfermeiros na Itália desde o começo da pandemia.
Logo uma missa recordando os médicos herois
Padre Lorenzo Butti, atual responsável pela comunidade pastoral que compreende Duno, está entre os que desejam poder celebrar pelo menos uma missa em sua homenagem no templo de Duno, quando cessar a emergência: “Padre Carlo Cambiano – recorda - considerava os médicos como bons samaritanos, e reiterava que deveriam ser apoiados, principalmente com orações, para compartilhar com eles suas fadigas e sofrimentos”. A estrutura é formada pela igreja, sacrário, no qual são recordados os médicos que faleceram cumprindo o seu dever. “Todos os anos, os médicos da Província de Varese, participam da festa de São Lucas e escolhem, entre os colegas falecidos no trabalho, dois nomes para gravar em uma lápide, como recordação profunda e duradoura”, nos conta padre Butti, garantindo que é um gesto único na Itália e no mundo.
Possível cerimônia anual
Portanto, o templo de devoção de Duno, deverá se tornar um ponto de referência italiano para os que quiserem no futuro, recordar os médicos heróis que deram suas vidas no tempo de coronavírus. “No momento que pudermos nos considerar fora da emergência, iremos rezar no templo pelos médicos falecidos. Também, espero que todos os anos se possa fazer uma celebração com data fixa para recordá-los para sempre”. Mas isso, acrescenta padre Butti, “cabe à Ordem dos Médicos a decisão. Tenho certeza que encontraremos uma solução”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui