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Missa no Santuário de Namugongo, Uganda, celebrada pelo Papa Francisco em 2015 Missa no Santuário de Namugongo, Uganda, celebrada pelo Papa Francisco em 2015 

Adiada a peregrinação anual ao Santuário dos Mártires Ugandenses

O Dia dos Mártires Ugandenses é celebrado há 124 anos em 3 de junho, atraindo milhares de peregrinos de toda a Uganda, mas também de outras nações africanas e da Europa, que se reúnem para comemorar os 45 cristãos, 22 católicos e 23 anglicanos, mortos por ódio à fé, no final do século XIX, por ordem de Kabaka Mwanga II, rei de Buganda.

Cidade do Vaticano

Devido à emergência de coronavírus, a tradicional peregrinação anual ao Santuário dos Mártires Ugandenses, em Namugongo, programada de 29 de maio a 3 de junho, foi adiada para uma data a ser definida.

O anúncio foi feito recentemente pelo presidente da Conferência Episcopal de Uganda, dom Anthony Zziwa, citado pela mídia local. O adiamento da peregrinação, um dos eventos religiosos mais importantes do continente africano, segue as novas diretrizes do Governo de Campala que proíbem as reuniões a fim de conter a difusão da pandemia, mesmo que o contágio, em Uganda, seja bastante limitado: apenas 83 casos e nenhuma morte.

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A Diocese de Masaka, à qual foi confiada a preparação do evento, está pronta para organizar a peregrinação “assim que a data for marcada após o fim da pandemia. O comitê organizador ainda não foi dissolvido”, disse ao jornal ugandense “The Monitor”, o porta-voz diocesano, pe. Ronald Mayanja. Para acolher essa edição, a diocese arrecadou 300 milhões de xelins, equivalente a cerca de 95 mil euros.

O Dia dos Mártires Ugandenses é celebrado há 124 anos em 3 de junho, atraindo milhares de peregrinos de toda a Uganda, mas também de outras nações africanas e da Europa, que se reúnem para comemorar os 45 cristãos, 22 católicos e 23 anglicanos, mortos por ódio à fé, no final do século XIX, por ordem de Kabaka Mwanga II, rei de Buganda. O mais conhecido é Carlos Lwanga: ele e seus 21 companheiros foram mortos entre 15 de novembro de 1885 e 27 de janeiro de 1887. Os 22 mártires católicos foram beatificados pelo Papa Bento XV, em 1920, e canonizados por Paulo VI em 8 de outubro de 1964, em São Pedro. Durante sua viagem apostólica à África, em 1969, Paulo VI intitulou a eles o grande santuário de Namugongo, local do martírio. Em 7 de fevereiro de 1993, o Papa João Paulo II celebrou a missa no santuário durante sua viagem apostólica ao Benin, Uganda e Sudão.

O Papa Francisco também prestou homenagem aos Mártires de Uganda no Santuário de Namugongo, na ocasião de sua viagem apostólica à África em novembro de 2015.

Naquela ocasião, Francisco enfatizou que a herança dos Mártires Ugandenses é representada por “vidas marcadas pelo poder do Espírito Santo, vidas que testemunham até hoje o poder transformador do Evangelho de Jesus Cristo”. “Não nos apropriamos dessa herança”, disse ele, “com uma recordação das circunstâncias ou conservando-a num museu como se fosse uma joia preciosa. Nós realmente a honramos e honramos todos os santos, quando levamos o seu testemunho de Cristo aos nossos lares e aos nossos vizinhos, ao trabalho e à sociedade civil, seja que  permaneçamos em nossas casas ou formos ao mais remoto canto do mundo.”

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05 maio 2020, 12:35