Igreja e governo da Itália estudam modalidades para retomar as missas com os fiéis
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Nesta segunda-feira (4) a Itália começa a Fase 2 da emergência do Covid-19, ainda com restrições importantes para conter a disseminação do vírus, mas com algumas medidas flexíveis, entre elas, a realização de cerimônias fúnebres. O novo decreto para este período, porém, ainda não permite a realização de missas com a participação dos fiéis. A Conferência Episcopal Italiana (CEI) e o governo do país, segundo a imprensa nacional, estariam desenvolvendo modalidades pertinentes para retomar as celebrações no final de maio, sob a base de evolução da curva epidemiológica.
Termoscanner não deve ser obrigatório
No sábado (2), uma das definições dos bispos italianos, junto ao comitê técnico-científico do governo, é de não tornar vinculante a participação dos fiéis nas missas ao uso do termoscanner ou screening, a prática capaz de medir digitalmente a temperatura corpórea à distância, identificando se a pessoa está com febre. O porta-voz da CEI, Pe. Ivan Maffeis, ao participar de um programa de rádio da RAI 1 neste domingo (3), comentou que a decisão foi tomada também porque “muitos italianos estão assumindo sempre com maior responsabilidade” as normas contra o Covid-19.
Responsabilidade ao retomar as missas
Já o presidente dos bispos italianos, dom Gualtiero Bassetti, em comunicado divulgado no sábado (2), enfatizou, porém, que essa retomada das missas com o povo vai seguir um protocolo que deverá ser observado pela comunidade católica, sem abaixar a guarda. O cardeal agradeceu o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, com quem teve encontros “contínuos e profícuos” para definir a gradual retomada das celebrações litúrgicas.
Como Igreja, reconheceu dom Bassetti no comunicado, “compartilhamos, claro que com sofrimento, as limitações impostas para tutelar a saúde de todos”, mas “sem atalhos”, “procuramos nos movimentar numa ótica de responsabilidade para tutelar, sobretudo, os mais expostos”. Em véspera daquele que pode ser um renascimento para todo o país, disse o presidente, “reitero a importância que não se abaixe a guarda mas, como repetimos nesses meses, acolham as medidas sanitárias no horizonte do respeito à saúde de todos, como, também, as indicações dos períodos necessários para protege-la melhor”.
O presidente dos bispos finalizou o comunicado expressando proximidade da Igreja ao país neste momento difícil e disse: “sou um sinal e testemunha das inúmeras obras de caridade que as nossas dioceses e paróquias souberam dar vida”. A própria Igreja, de maneiras diversas, “intensificou a intercessão” para ajudar todos, as famílias, os doentes e quem os cuida, quem perdeu o trabalho.
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