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Portugal: “Vamos ter que nos valer da solidariedade uns dos outros”

No 1º de Maio, Liga Operária Católica-Movimento de Trabalhadores Cristãos – LOC/MTC alerta para impacto do COVID-19 no mercado de trabalho que já atingiu 2 milhões de trabalhadores com salário reduzido ou desemprego.

Domingos Pinto – Lisboa

 “É uma mensagem que vem desafiar a que as pessoas tenham todas acesso a Terra, Teto, e Trabalho como o Papa Francisco desde há muitos anos tem vindo a anunciar como desejo para todas as populações”.

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É desta forma que Américo Monteiro, coordenador nacional da Liga Operária Católica (LOC) começa por destacar à Vatican News a mensagem para o 1º de Maio deste ano do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC).

Uma reflexão onde o MMTC, que integra a LOC, apela à criação de “um modelo alternativo de vida, com enfoque no agroecológico sustentável e no equilíbrio e harmonia com a mãe natureza”, e atento às situações de pobreza extrema e exploração dos trabalhadores.

Em relação ao impacto do coronavírus na economia portuguesa, Américo Monteiro lembra os cerca de 2 milhões de trabalhadores que estão em dificuldade, seja por recurso ao Lay-Off, desemprego ou trabalho precário, uma situação que se vai “repercutir em três ou quatro milhões de pessoas e de famílias que, de fato, estão a passar situações de muita apreensão, de muito receio do futuro”.

O coordenador nacional da LOC alerta ainda para “situações em que as próprias empresas não estão preparadas para qualquer imprevisto”, ou seja, “muitas empresas vivem no fio da navalha”.

“Nós vimos que o país mais ou menos encerrou por meados de março, e nos finais de março já muitas empresas não tinham condições para pagar os salários aos trabalhadores”, explica Américo Monteiro que se interroga como é que essas empresas, nessas condições, poderão pagar “o subsídio de férias aos trabalhadores”.

Depois de sublinhar que “há gestos muito bonitos” de solidariedade, aquele responsável diz que “vamos todos ter que nos reeducar para a relação entre as pessoas “.

“Ouvimos o Papa Francisco a dizer-nos que estamos todos no mesmo barco. Eu diria de outra forma: Nós navegamos todos as mesmas águas, mas os barcos são muito diferentes”, diz o coordenador nacional da LOC.

“Nós os trabalhadores, nós os do meio operário, nós aqueles que vivemos com mais dificuldades, vamos ter que nos valer da solidariedade uns dos outros, claro também a solidariedade de toda a sociedade, para nos defendermos, para fazer valer os nossos direitos”, conclui.

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01 maio 2020, 10:08