Seu exemplo ajuda os jovens a ter fé, diz mãe de Carlo Acutis
Eugenio Bonanata - Cidade do Vaticano
Sua beatificação terá lugar na Basílica papal de São Francisco, em Assis, no dia 10 de outubro, às 16 horas, conforme estabelecido pela Congregação para as Causas dos Santos. A notícia foi recebida com alegria em todo o mundo, comenta a mãe do futuro beato, Antonia Salzano, que ao Vatican News fala da vida de jovem apaixonado por Cristo, um comunicador muito atual do Evangelho, fazendo os votos de que dele possa vir “a ajuda para nos tornar-nos santos, como Deus deseja":
R. - Quando divulgamos a notícia da beatificação de Carlo, recebemos telefonemas de todo o mundo de pessoas que desejam vir da América do Sul, dos Estados Unidos e da Índia. Não acredito que será possível acolher a todos devido à situação sanitária, mas a celebração de outubro representa um passo em frente para os fiéis de Carlo, para todos aqueles que o invocam e se referem ao seu exemplo.
O que vocês esperam da beatificação?
R. – Para nós é importante que o exemplo de Carlos possa ajudar muitos jovens e muitas pessoas a reencontrar fé em Jesus e, sobretudo, a importância dos Sacramentos, que representam o ponto chave da espiritualidade de Carlos. Era baseada antes de tudo na Eucaristia – que ela chamava “minha autoestrada para o céu” - que era o centro de sua vida. Creio que precisamente seja esta a mensagem fundamental: a Igreja é a dispensadora desses tesouros que o Senhor nos dá.
Porém, não somente os Sacramentos. Há também uma mensagem importante quanto ao uso das tecnologias e das novas mídias?
R. - Carlo era considerado um gênio da computação, porque conhecia os logaritmos, sabia como criar programas e lia textos universitários sobre esses temas. Porém, o que ele fez? Ele não utilizou esses meios de comunicação para participar de chat, se divertir ou coisas do gênero. O zelo que ele tinha pelo Senhor e o amor pelo conhecimento de Jesus o levaram a colocar à disposição esses talentos para criar um site sobre os milagres eucarísticos e uma exposição sobre o mesmo tema, que circulou pelo mundo. Agora está se difundindo na Índia e Coréia do Sul, somente para citar os dois últimos países. Carlo sabia que Jesus está realmente presente na Eucaristia, mas percebia que as pessoas tinham necessidade de ajuda para se aproximar do Senhor e, sobretudo, para entender a importância dos Sacramentos. Além disso, mesmo os jovens, às vezes, se deixam influenciar por antipatias e simpatias em relação aos sacerdotes, sem entender o enorme valor que recebem pela Eucaristia e pela Igreja. Isso, no entanto, é algo que Carlo experimentou profundamente ao se tornar uma verdadeira testemunha.
Essa notícia da beatificação de Carlos chega em um momento muito particular, em que devemos aprender a conviver com o coronavírus. Essa situação terá algum impacto na celebração em outubro e na veneração em Assis, onde está sepultado?
R. – Será preciso estar atentos e ser cautelosos, sobretudo nessa situação. No entanto, como a celebração está programada para se realizar na Basílica de São Francisco, acredito que será possível distribuir os fiéis dentro e fora. Quem sabe será transmitida. Certamente o bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, junto com os franciscanos, encontrará a maneira mais apropriada para organizar a celebração. O que é fundamental é a invocação destas figuras como Carlo, para nos ajudar a ser santos como Deus gostaria que fôssemos nós. E, portanto, penso que se possa rezar também em casa, acompanhando a beatificação pela internet ou pela televisão.
A senhora tem outros dois filhos: um filho e uma filha. O que eles falam sobre o irmão Carlo?
R. - São filhos muito bons. Desde os 5 anos de idade, eles recitam o Rosário todas as noites; fizeram sua Primeira Comunhão aos 6 anos e também eles vão à Missa todos os dias. E isso penso que é uma graça de Carlo. Em particular, eles têm uma extraordinária devoção pelos Santos. Por exemplo, o menino tem uma coleção incrível de santinhos que sempre mantém ao alcance da mão, tanto que agora que estamos de férias na praia, ele trouxe uma mala cheia de santinhos. Ele gosta de ler a vida dos Santos, no momento está lendo a vida do Cura d'Ars. Enquanto minha filha, também ela com essa paixão, está lendo a história de Santa Gemma Galgani. Eles normalmente falam dos Santos. E Carlo é um dos que eles têm, mesmo que deva dizer que são imparciais, porque todos os amam, não apenas ao irmão. No entanto, acredito que se os pais conversassem mais com seus filhos sobre esses maravilhosos exemplos vividos no decorrer dos séculos, muitos descobririam coisas extraordinárias e teriam esses amigos no céu, que poderiam ajudá-los na vida concreta. Também porque os Santos nos ajudam a nos tornarmos melhores, a entender que é possível ir além, superando também os próprios defeitos.
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