“Portugal tem praticado em democracia um exercício de liberdade religiosa”
Domingos Pinto – Lisboa
“Nós temos uma Constituição personalista que respeita a pessoa humana, que respeita a sua dignidade, que respeita os seus direitos e deveres, que respeita o pluralismo”.
Palavras do Presidente da República na mensagem que dirigiu aos participantes da Conferência on-line que assinalou em Portugal o Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-religioso, que se comemora a 22 de junho.
A sessão, com o tema “Liberdade Religiosa e Diálogo Inter-religioso: Novos Desafios em Tempos de (mais) Incertezas”, foi promovida pelo Alto Comissariado para as Migrações em parceria com o Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-religioso e a Comissão da Liberdade Religiosa, com o objetivo de celebrar a efeméride e, assim, promover a valorização da diversidade entre culturas e religiões.
“Portugal tem praticado em democracia um exercício de liberdade religiosa”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa que destacou o papel e contributo das confissões religiosas na sociedade portuguesa.
Nesta conferência moderada por Sara Narciso, Apresentadora no programa “Fé dos Homens” e “Caminhos”, o Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Jorge Bacelar Gouveia, deixou críticas ao poder político, sobretudo em matéria de liberdade religiosa no período mais critico da pandemia.
“” Faz caminho um laicismo perigosíssimo” que “acaba por ferir de uma forma às vezes dramática a própria liberdade de cada um e das várias confissões religiosas”, disse o constitucionalista.
Na mesma linha a intervenção do Vice-Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, Fernando Soares Loja que considerou que Portugal se revelou “ser um país em que a religião não é considerada algo essencial”.
Seguiu-se o debate “Desafios Atuais às Liberdades de Consciência, Culto e Religião” com a intervenção de representantes das confissões religiosas, entre os quais do padre Nuno Westwood, pároco de Nova Oeiras e São Julião da Barra, que destacou o contributo das religiões na ajuda às comunidades locais.
Por sua vez D. Jorge Pina Cabral, da Igreja Lusitana que integra a Comunhão Anglicana em Portugal realçou o papel das religiões em tempo de pandemia, sobretudo porque “ajudaram a manter unido o tecido social do nosso país”.
A encerrar a conferência, a intervenção da Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, que deixou palavras de apreço às confissões religiosas em tempo de pandemia, pela sua “solidariedade, o cuidado pelos outros, o afeto e a partilha”.
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