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"A sociedade paquistanesa se tornou intolerante e viver como minoria religiosa está se tornando cada vez mais difícil", lê-se na nota da Comissão Nacional de Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão   "A sociedade paquistanesa se tornou intolerante e viver como minoria religiosa está se tornando cada vez mais difícil", lê-se na nota da Comissão Nacional de Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão  

Igreja no Paquistão pede justiça pelo assassinato do cristão Nadeem Joseph

O assassinato de um cristão pelo simples fato de ter comprado uma casa em um bairro muçulmano não é um caso isolado. "Existem muitos episódios que não são relatados", alerta a Comissão Justiça e Paz. "As minorias religiosas continuam enfrentando discriminação diariamente", como a recusa em fornecer suprimentos de alimentos e ajudas durante a pandemia, ou são "negados equipamentos de proteção individual a trabalhadores da saúde e de serviços essenciais pertencentes a minorias".

Vatican News

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A emergência Covid-19 não detém as violências e discriminações contra as minorias religiosas no Paquistão. Nesses meses, de fato, verificou-se um aumento da intolerância e dos ataques. Particular clamor no país foi provocado pela morte em junho passado de Nadeem Joseph, um cristão de Peshawar, após vinte dias de agonia no hospital depois ser atingido por um tiro disparado por um vizinho, apenas porque havia comprado uma casa em um bairro muçulmano da cidade.

A Comissão Nacional de Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão (NCJP) interveio no caso na terça-feira, 7. Em um comunicado divulgado pela Uca News, os bispos deploram o multiplicar-se destes episódios no país, também denunciando as discriminações sofridas por não-muçulmanos no acesso às ajudas para a pandemia.

"A sociedade paquistanesa se tornou intolerante e viver como minoria religiosa está se tornando cada vez mais difícil", lê-se na nota assinada pelo presidente da NCJP, Dom Joseph Arshad, pelo padre Emmanuel Yousaf (Mani), diretor nacional e por Cecil Chaudhry, diretor executivo.

 

"Esse não é um caso isolado. Existem muitos episódios que não são relatados", alerta a Justiça e Paz. "As minorias religiosas continuam enfrentando discriminação diariamente: lhes são recusados suprimentos de alimentos e de ajudas para a atual pandemia; são negados equipamentos de proteção individual a trabalhadores da saúde e de serviços essenciais pertencentes às minorias".

A Comissão Justiça e paz, portanto, pede às forças de ordem que façam todo o possível para levar à justiça o culpado pelo assassinato de Joseph Nadeem. "Este caso é uma clara violação dos direitos humanos e contra a lei e não pode ficar impune".

Dom Arshad expressou sua proximidade à família da vítima, que ainda sofre ameaças dos vizinhos, e pediu às autoridades medidas de proteção adequadas.

A Comissão Justiça e Paz – relata a Uca News - também se uniu às críticas contra a controversa decisão das autoridades locais de Islamabad de bloquear a construção de um templo hinduísta na capital paquistanesa.

A decisão foi seguida por violentos protestos de alguns extremistas muçulmanos contra o aval dado pelo primeiro-ministro Imran Khan à alocação de 100 milhões de rúpias (equivalente a 597 mil dólares) para a construção do templo.

Segundo o diretor da NCJP, padre Emmanuel Yousaf, isso "reflete a não aceitação das minorias religiosas que fazem parte integrante do país há séculos". "Este ato mina as garantias previstas no artigo 20 da Constituição do Paquistão, que reconhece às minorias a liberdade de professar sua religião e administrar suas próprias instituições", acrescentou, reiterando que o governo deve salvaguardar seus direitos constitucionais.

Vatican News - LZ

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09 julho 2020, 07:51