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Celebração na Igreja Um al-Noor, em Irbil, no Curdistão iraquiano Celebração na Igreja Um al-Noor, em Irbil, no Curdistão iraquiano 

Presença cristã no Iraque em risco, alerta AIS

"Se a comunidade internacional não intervir imediatamente, a emigração forçada, dentro de quatro anos, poderá reduzir a população cristã em 80% em comparação com o êxodo anterior à agressão do ISIS", alerta o relatório da fundação de direito pontifício.

Vatican News

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A discriminação religiosa e a falta de segurança são as principais causas da emigração forçada no Iraque, conforme revelado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em seu Relatório Anual de 2020: "A vida depois do ISIS: novos desafios para os cristãos no Iraque."

O estudo examina as ameaças atualmente enfrentadas pelos cristãos iraquianos que retornam às suas casas na Planície de Nínive após a dramática perseguição de 2014, reconhecida internacionalmente como genocídio.

"Se a comunidade internacional não intervir imediatamente, a emigração forçada, dentro de quatro anos, poderá reduzir a população cristã em 80% em comparação com o êxodo anterior à agressão do ISIS", alerta o relatório da fundação de direito pontifício.

De acordo com o documento, em tal situação a comunidade cristã local passaria da categoria "vulnerável" para a categoria crítica "em risco de extinção", especialmente quando quase 100% dos cristãos na área sentem uma marcante falta de segurança.

Uma nota da fundação explica que o relatório confirma a atividade violenta das milícias locais e a possibilidade de um retorno do auto-proclamado Estado Islâmico (ISIS) como as principais causas do medo.

Segundo 69% dos entrevistados, essa é a principal causa de uma possível migração forçada. Dentre eles, 24% asseguram que "as famílias sofreram os efeitos negativos da atividade de uma milícia ou de outros grupos hostis" e acrescentam que o assédio e a intimidação, geralmente relacionados à solicitação de dinheiro, representam as formas mais comuns de hostilidade relatada.

Por outro lado, 70% dos cristãos indicam que, além da falta de segurança, o desemprego é uma das principais motivações para a fuga de cristãos, seguida por corrupção financeira e administrativa e discriminação religiosa em nível social.

Como dados positivos, o relatório da Ajuda à Igreja que Sofre sobre o Iraque destaca que, graças ao plano de recuperação de longo prazo lançado pela fundação junto com outras organizações, 45% das famílias cristãs retornaram à Planície de Nínive, apesar das dificuldades.

Atualmente, está sendo realizada uma nova etapa de recuperação, especialmente voltada à reconstrução de estruturas administradas pela Igreja nos centros cristãos: das 363 estruturas envolvidas (34 totalmente destruídas, 132 queimadas e 197 parcialmente danificadas), 87% também possui funções de apoio social, educacional e de saúde.

Vatican News - ATD

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07 julho 2020, 07:13