Santa Sofia. Bispos australianos: "A divisão não é fruto da sabedoria religiosa"
Vatican News
A decisão de reconverter o complexo monumental de Santa Sofia, em Istambul, numa mesquita “corre o risco de semear divisão num mundo em busca de uma base comum.” É o que afirmam em declaração conjunta o presidente da Conferência episcopal católica australiana e o primaz da Igreja Greco-Ortodoxa da Austrália.
Pesar pela recente decisão turca
No comunicado, os dois líderes, o arcebispo católico Mark Coleridge e o arcebispo greco-ortodoxo Makarios, afirmam querer unir suas vozes “às muitas outras que, no mundo inteiro, expressaram profundo pesar pela recente decisão da Turquia de mudar o status de Santa Sofia”.
A estrutura, uma catedral cristã bizantina por mais de 900 anos antes de se tornar uma mesquita no Séc. XV, tinha sido efetivamente transformada num museu em 1º de fevereiro de 1935 (com decreto do ano anterior, ndr). Recentemente, o governo turco decidiu torná-la novamente uma mesquita.
Seguir caminho do diálogo e buscar base comum
“Nos últimos 85 anos, o edifício tem sido um verdadeiro emblema do patrimônio cultural mundial e um símbolo de inclusão. Nosso receio é que isso possa agravar a tensão entre cristãos e muçulmanos num momento em que devemos seguir o caminho do diálogo e buscar uma base comum”, ressaltam.
“O caminho da ideologia nacionalista e as decisões políticas que ela sugere só podem levar à divisão, que jamais é fruto da sabedoria que todas as religiões procuram”, lê-se na nota dos dois líderes religiosos australianos.
Santa Sofia volte a ser "um emblema de paz"
Os arcebispos asseguraram suas orações pelo povo turco, em particular pelos cristãos, “muito entristecidos com esta decisão”. “Rezemos também para que, com o tempo, possa haver uma inversão e Santa Sofia possa ser novamente para todos um terreno comum de encontro e um emblema de paz”, concluem.
Como o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan havia anunciado no início de julho, Santa Sofia foi reaberta ao culto islâmico com oração de sexta-feira, 24 de julho. O anúncio foi precedido por uma sentença do Conselho de Estado turco, que, de fato, anulou o decreto de 1934 com o qual converteu num museu a antiga basílica bizantina.
(Fides)
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