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"Médicos Sem Fronteiras" também prestam assistência em Serra Leoa. Aqui, no povoado de Manokortuthun "Médicos Sem Fronteiras" também prestam assistência em Serra Leoa. Aqui, no povoado de Manokortuthun 

O empenho da CAFOD contra a pandemia em Serra Leoa

As medidas adotadas pelo governo deste país africano contra a pandemia são agravadas pela sua enorme dívida externa: em 2020 Serra Leoa deve pagar cerca de 50 milhões de dólares, diante de um gasto com saúde que ultrapassa 68 milhões.

Vatican News

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Um sistema de saúde quase inexistente, pobreza extrema, uma dívida externa sufocante, as consequências do Ebola, das guerras e dos desastres naturais. Não são poucos os motivos que tornam particularmente difícil a luta contra a Covid-19 em Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo, não obstante suas imensas riquezas e recursos naturais.

Tais considerações são destacadas em um relatório de Kayode Akintola, representante no país africano da CAFOD, - a Agência católica britânica para o desenvolvimento do além-mar -. A organização está ativamente comprometida nestes últimos meses, em ajudar a Serra Leoa a enfrentar a nova emergência. Até agora, o país registrou pelo menos 1.961 casos de Covid-19, com 69 mortes, em uma população de 7,65 milhões de habitantes.

O primeiro problema – afirma Akintola - é a fragilidade do sistema de saúde, "um dos piores do mundo". Outro desafio importante é representado depois pelas condições de vida da população, a maior parte da qual vive abaixo da linha da pobreza.

“As autoridades sanitárias falam de distanciamento social, mas é fácil imaginar o quanto seja complicado manter as distâncias, quando as moradias são grudadas umas nas outras”.

Nas favelas, chegam a viver "até dez pessoas em uma única peça". Até lavar as mãos – acrescenta o relatório – torna-se um desafio, “quando em muitas casas falta água corrente”. Além do mais, em um país onde as pessoas "têm que trabalhar para comer", o respeito pelo distanciamento é um problema muito sério.

As medidas adotadas pelo governo deste país africano contra a pandemia - explica Akintola - são agravadas pela sua enorme dívida externa: em 2020 Serra Leoa deve pagar cerca de 50 milhões de dólares, diante de um gasto com saúde que ultrapassa 68 milhões.

O cancelamento da dívida externa - observa o representante da CAFOD - permitiria, entre outras coisas, incrementar os gastos sociais e daria maior margem ao Estado para enfrentar a Covid-19, que está prejudicando as finanças públicas de um país já devastado pela epidemia do Ebola, de 2014 a 2016.

Serra Leoa sofreu com muitos desastres quer naturais como provocados pelo homem: guerra civil, cólera, deslizamentos de terra, inundações sazonais. Todavia – destaca Akintola - na nova emergência sanitária, salvar vidas é possível.

É o que a CAFOD está fazendo, por meio de seus representantes no país. Esta Agência católica, em colaboração com líderes religiosos locais, está fazendo campanhas de conscientização e lançando diversos programas “Wash” (acrônimo inglês de Água, Saneamento e Higiene).

Akintola expressa sua satisfação e otimismo, afirmando que “vivemos tempos muito preocupantes, mas não nos damos por vencidos: vencemos o Ebola e sabemos que, com a graça de Deus, conseguiremos também derrotar o coronavírus”.

Vatican News Service - LZ

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22 agosto 2020, 07:57