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A despedida de dom Giovanni d'Aniello: do Rio, porque "o Cristo abraça o Brasil inteiro"

Antes de iniciar o ofício de núncio apostólico na Rússia, dom Giovanni d’Aniello esteve no Rio de Janeiro para se despedir, agradecer e pedir bênçãos: “estive tantas vezes na cidade e, agora que vou embora, desejei antes vir aqui. Fui visitar e cumprimentar a Mãe Aparecida, e não poderia deixar de me despedir do Filho, o Redentor, que sempre me acolheu de braços abertos. Será uma despedida simbólica do Rio de Janeiro e de todos os brasileiros, porque o Cristo abraça o Brasil inteiro”. Depois de mais de 8 anos de ministério em solo brasileiro, o arcebispo titular de Paestum foi nomeado, ainda junho pelo Papa Francisco, para uma nova missão na Rússia.

Vatican News

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Logo pela manhã, da última quinta-feira, 20 de agosto, dom Giovanni d’Aniello esteve no Cristo Redentor, uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. Do alto do Corcovado, deu a bênção com o Santíssimo Sacramento à cidade do Rio de Janeiro:

“Estive tantas vezes no Rio de Janeiro e, agora que vou embora, em missão para a Rússia, desejei antes vir aqui. Fui visitar e cumprimentar a Mãe Aparecida, e não poderia deixar de me despedir do Filho, o Redentor, que sempre me acolheu de braços abertos. Será uma despedida simbólica do Rio de Janeiro e de todos os brasileiros, porque o Cristo abraça o Brasil inteiro.”

Dom Giovanni foi acolhido pelo arcebispo metropolitano, cardeal Orani João Tempesta, de quem partiu o convite, e também pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, Pe. Omar Raposo: “agradeço muito a dom Orani por organizar esta visita porque, desde o primeiro momento, ele me mostrou sua amizade e compreensão. Estou muito feliz por estar aqui, mesmo não podendo dar aquele abraço que vocês, brasileiros, tanto gostam. Mas podemos nos sentir abraçados pelo Redentor e, dessa forma, nos abraçarmos igualmente”, completou o núncio.

A missa de ação de graças

Na Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, na Glória, dom Giovanni foi recebido pelo reitor, monsenhor Sérgio Costa Couto. O núncio apostólico presidiu missa em ação de graças pelo fecundo ministério como representante diplomático da Santa Sé e do Papa Francisco no Brasil, e também implorou bênçãos para a sua nova missão. Entre os concelebrantes, estavam dom Orani, seus bispos auxiliares, os bispos do Regional Leste 1 da CNBB, que compreende as dioceses do Estado do Rio de Janeiro, e diversos sacerdotes.

Na homilia, ao expressar alegria por estar em solo carioca antes da partida para a nova missão, dom Giovanni enfatizou a unidade estabelecida com o episcopado durante o período em que esteve à frente da Nunciatura Apostólica no Brasil:

“Partir é sempre um pouco como morrer. A saudade agora faz parte da minha vida, mas sigo com muita alegria, porque aqui aprendi muito. Agradeço a Deus por tudo o que vocês, com toda a simplicidade, me deram ao longo desses anos, além da possibilidade de também poder viver o meu sacerdócio. O céu se maravilhou com a proximidade que criamos, não somente com os bispos, mas com os demais padres. Isso faz parte de nós, somos padres como tantos outros. Somos revestidos de uma responsabilidade a mais, que é o episcopado, mas somos padres. Não há nada de excepcional se desenvolvermos sempre mais essa amizade.”

Ser luz na vida dos outros

De acordo com a liturgia do dia, e na memória de São Bernardo de Claraval, dom Giovanni convidou todos a refletir sobre a importância de ser luz na vida das pessoas:

“A luz de Deus nos orienta, aquece e dissipa as trevas. Temos de ser, a cada dia, no nosso empenho pastoral, essa luz que anima e esquenta os que estão em dificuldades, que têm medo. Sejamos a luz que abre caminhos, que ilumina o que está ao redor de nós para que, dessa forma, possamos enxergar o que está ao nosso redor. E o que seria isso senão a presença constante de Deus nas pessoas as quais temos de ir para levar uma mensagem de paz. Ser luz é ter essa capacidade de iluminar e ver as coisas boas que nos cercam.”

Igreja Viva

Durante os mais de 8 anos em que esteve à frente da Nunciatura Apostólica no Brasil, dom Giovanni visitou, pelos menos, 150 dioceses, e esteve presente em todos os estados brasileiros. Neste período, ele pôde verificar a tenacidade da Igreja Católica frente às mazelas sociais e humanas:

“Infelizmente, parece que o mundo só quer mostrar as sombras. É nossa tarefa, enquanto servidores do Evangelho, dizermos que para a escuridão existe a luz. Há tantas coisas boas que fazemos, iluminando as pessoas com um raio de esperança. Fui testemunha do empenho de todos, e isso faz com que eu saia daqui com o coração cheio de alegria e gratidão. Agradeço os anos de missão aqui no Brasil. Experimentei uma Igreja verdadeiramente viva, que coloca em prática o que prega. De modo particular, nestes tempos de pandemia, pude ver o empenho dos bispos para testemunhar a solicitude da Igreja com o povo brasileiro. A experiência de uma Igreja viva, de proximidade com os que mais sofrem, vai me acompanhar na minha missão na Rússia.”

O pedido de orações por dom Giovanni

Dom Giovanni ainda expressou o desejo de perpetuar a missão realizada no Brasil em terras russas:

“Essa é a mesma missão que tentarei cumprir na Rússia. Será outro campo de apostolado, mas também será uma missão muito importante. Devemos ser presença em meio à Igreja Ortodoxa. Que com minha pequenez, eu também possa ser essa mesma luz que mostra à humanidade a presença de Deus. O que penso, ao deixar o país, é que vocês continuarão rezando por mim. Rezem por mim. Vocês nunca mais sairão do meu coração e acho que também não sairei do coração de vocês. Construímos uma amizade. O que temos de fazer não é nos mostrar aos outros, mas fazer com que Cristo apareça para os demais.”

Homenagens

No final da celebração, dom Orani presenteou o núncio com uma estátua de São Jorge, já que o santo mártir é o padroeiro da cidade de Moscou, local onde está instalada a sede da nunciatura, e onde Dom Giovanni exercerá a sua missão. O arcebispo de Niterói e presidente do Regional Leste 1, dom José Francisco Rezende Dias, em nome de todos os bispos, também agradeceu o trabalho desempenhado no país.

Colaboração: Carlos Moioli da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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24 agosto 2020, 16:09