Crianças e adolescentes falam do impacto da Pandemia
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
A pandemia e o isolamento social têm influenciado na vida de crianças e adolescentes. Ficar em casa, dividir tarefas domesticas e partilhar refeições e momentos de lazer e de oração. Adriano da Silva Almeida tem procurado controlar o uso do celular e do acesso às redes sociais. Com as aulas suspensas nas escolas o adolescente busca na oração o refugio.
“Sabe por ter que ficar em casa e não poder ir a escola ou a outros lugares tenho ficado mais no celular do que antes mais estou tentando controlar isso e a noite rezamos o terço e leio a palavra de Deus. Moro com meus pais e com meus 10 irmãos. É normal sabe tem alguns conflitos, mas agente logo se entende uns aconselham os outros e assim vamos”, conta ele.
Atitudes que fazem a diferença neste momento de um convívio familiar mais intenso. Thiago Lucas, 12 anos no inicio do isolamento social estranhou a falta de contato com os amigos de escola e as aulas virtuais, mas logo se adaptou a nova realidade dividindo o tempo entra as aulas, momentos de lazer e o convívio com a família. A mãe Thatiana Barbirato Pontes ajuda nas atividades e interage com o filho. Atitudes simples passam fazer parte da rotina do adolescente que arruma a cama e compartilha de momentos familiares com a mãe e avos. Brincar de bola com avô, jogar xadrez com a mãe ajuda a manter um convívio fraterno, sem momentos de atrito.
“Logo que os professores informaram a situação de não ter que ir a escola por um determinado tempo foi tudo uma farra, mas com o passar dos dias tudo foi ficando mais sério e percebemos que nem tão cedo estaríamos todos no colégio, isso foi péssimo, passar todos os dias sem ver nossos amigos foi e está sendo muito ruim. Quando passamos a ter aula pelas redes sociais foi estranho mas vermos uns aos outros foi muito bom e emocionante. Temos a consciência de que tudo isso é muito importante para cada um de nós e quando cuidamos de nós também acabamos cuidando dos outros, isso é amor ao próximo, Deus nos ensinou a amar uns aos outros e se todos pensarem assim teremos um mundo melhor. Tenho muita saudade dos meus amigos, mas quero que todos estejam bem para o momento de voltar a estar todos juntos”, disse Thiago.
Gestos simples que ajudaram o adolescente no convívio familiar. Acordar e arrumar a cama, e logo após o café da manhã com a família as aulas on-line a partir das 8h e joga bola com avô, assiste filmes e brinca com jogos eletrônicos.
Thiago aproveita para rezar pelo fim da Pandemia. E sonha com dias melhores para voltar a estar com os amigos na escola.
“O convívio em casa é muito bom, podemos passar mais tempo juntos e unidos ficamos em oração pelo Brasil e pelo mundo e também para que as pessoas melhores seus corações, amo ficar com minha família, somos uma família normal, às vezes minha mãe e minha avó me pedem ajuda para fazer alguma coisa, daí eu sempre ajudo... muitas vezes ajuda meu avô (pai) a lavar a garagem. Mas tenho fé que tudo vai melhorar”, conclui.
Pietro de Souza Gomes completou 8 anos em plena Pandemia. A mãe Daiane de Souza Machado resolveu reunir a família para partilhar o bolo de aniversario. Todos em distanciamento social e uso de máscaras se encontraram. Ao lado da avó de 88 anos de idade, o pequeno esqueceu o momento e aproveitou.
Lucas: alegria da família
Para o casal Gisele Gonçalves e Rafael Barros esse tempo de pandemia, mesmo diante do medo é um momento privilegiado para curtir o filho Lucas Silva Gonçalves Barros. A professora aproveita cada minuto, os sorrisos e a alegria da casa que se renova a cada dia e representa a certeza de que tudo vai passar em breve. Dividir o tempo com os cuidados de Lucas e as aulas virtuais pode ser cansativo, mas tudo se renova com o sorriso do filho.
“Ser mãe, sem dúvidas foi a maior emoção e experiência da minha vida. É sempre um desafio, mas vivemos estas emoções com muito amor e companheirismo, pois eu e meu esposo dividimos o amor e responsabilidade de sermos pais. Este ano de 2020 está sendo difícil para todos com a pandemia do coronavírus. A nossa vida acaba ficando mais complicada, são muitas atribuições. Nós aqui em casa somos professores e vivemos o desafio das aulas remotas. Não é fácil, sentimos falta dos espaços, das pessoas, dos amigos e principalmente da família. Neste momento, é importante nós estarmos firmes na fé, no respeito com o outro, no companheirismo e na bondade”, disse Gisele.
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