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Índia: polícia remove 15 cruzes no Estado de Karnataka

O relatório semestral divulgado em 28 de julho pelo organismo ecumênico "Persecution Relief", revelou um quadro “muito sombrio” em relação à liberdade religiosa na Índia. "Os crimes de ódio contra os cristãos aumentaram alarmantes 40,87% , não obstante o bloqueio nacional em vigor desde 25 de março" para conter a pandemia de coronavírus.

Vatican News

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Em 23 de setembro, a polícia do Estado indiano de Karnataka removeu 15 cruzes de uma colina nas proximidades da Igreja Católica de São José em Susai Palya, no Distrito de Chikkkaballapur, acusando os cristãos de invadir o território do governo e erguer cruzes sem permissão. A paróquia – lê-se na UCA News - vai entrar com uma ação judicial para recolocar as cruzes.

Obedecendo a uma ordem da Alta Corte do Estado, mais de 300 policiais e fiscais, em uma operação que durou seis horas, retiraram uma cruz de 32 metros e outras 14 cruzes de sete metros de um morro, usado pela Igreja de São José por mais de cinco décadas durante o período da Quaresma.

 

“Os funcionários do governo agiram arbitrariamente, sem avisar”, denunciou à UCA News o pároco, padre Antony Britto Rajan, descrevendo como centenas de paroquianos testemunharam essa ação “sob choque e horror”.

De acordo com líderes da Igreja, o governo do partido pró-hindu Bharatiya Janata (BJP), acusado de apoiar grupos hinduístas, está deliberadamente visando os cristãos, opondo-se às "obras de caridade destinadas ao resgate social dos pobres e marginalizados".

Em uma operação semelhante realizada em março, a polícia havia removido uma estátua de Cristo e 14 cruzes de um cemitério cristão no monte Mahima Betta, no distrito de Bengaluru. Também naquela ocasião a polícia havia dito que cristãos haviam invadido o território do governo.

O arcebispo de Bangalore, Dom Peter Machado, reagiu ao incidente em março, fazendo votos de que o governo estadual "desse instruções às autoridades locais para remediar imediatamente a situação", reinstalando as cruzes. Mas depois de sete meses, o governo não fez nada e, ao contrário, removeu outras 15.

Vatican News Service - AP

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30 setembro 2020, 14:02