Pandemia: familiares e amigos no cuidado aos idosos
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Ao mesmo tempo em que a pandemia causa terror e transforma toda a sociedade num clima de mortes, idosos superam os desafios do isolamento social com a oração e o convívio dos familiares. Aos 88 anos de idade, Edith de Souza Machado encontra alegria de se arrumar e ficar bem bonita para participar das missas transmitidas pelas emissoras de inspiração católica. E entre uma celebração e outra reza o terço todos os dias e curte o bisneto Pietro de 8 anos. Mas alegria, devoção se junta e sua esperança em Nossa Senhora Aparecida.
“Minha avó esta vivendo esse tempo com tranquilidade. Vaidosa gosta de se arrumar, nunca esquece o batom e assiste as missas na televisão. Reza o terço e nunca fica sozinha, sempre estamos cuidando dela. Com todos os cuidados e meu filho sabemos que temos de manter as medidas sanitárias de uso de máscara e higienização das mãos. Neste tempo ela sente um pouco a falta das pessoas amigas, mas está consciente que deve ficar em casa”, conta Daiane de Souza.
Maria da Conceição Ramos transmite amor. Em casa aos 93 anos agradece a Deus pela filha Rita de Cássia Ramos Soares e esposo Isalmar Soares que deixaram a casa na cidade para cuidar da idosa numa localidade no meio rural. Recordações e saudades dos amigos que não podem visitá-la. Na casa as fotos e recordações da visita do Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz no ano que completou 90 anos. Janeiro ela se prepara para receber amigos que chegam para a tradicional Festa de Santo Amaro. Se encanta com as missas do novenário e no dia 15 de janeiro a cavalhada, folguedo que por cinco décadas deu sua contribuição na confecção das roupas.
“Muita saudade de meus meninos. E hoje tenho muita alegria por ter minha filha cuidando de mim. A esperança é que essa doença passe e que possa receber meus amigos. A festa de meu glorioso Santo Amaro é um momento que posso ver os amigos, minha família que se reúne. Coloco nas mãos de nosso Pai Santo Amaro e em Nossa Senhora Aparecida as minhas orações para que no ano que vem as coisas voltem ao normal”, disse.
Para Rita de Cássia Soares este momento é de cuidar da mãe idosa e zelar pela saúde dela. Fala da alegria da mãe aos 93 anos estar superando o isolamento social. Mesmo com algumas dificuldades continua com sua alegria e a certeza de que esse tempo de medo e incertezas passará logo. A idosa acorda e gosta de ficar na varanda vendo o movimento da praça e sente falta das visitas.
“Minha mãe é muito tranquila e aos 93 anos gosta de receber os amigos e já está pensando na festa de Santo Amaro e se vai ter como receber os familiares e amigos que todos os anos lotam a casa dela. Os componentes da Cavalhada que sempre fazem a homenagem pela contribuição de décadas confeccionando as roupas dos cavaleiros. E a fé que ajuda a superar o isolamento que estamos vivendo. E com alegria que eu e meu esposo estamos com ela para cuidar e expressar nosso amor”, revela Rita de Cássia.
Tempo de cuidar: idosos e a presença da Igreja
Com a pandemia a Pastoral da Pessoa Idosa cancelou todas as atividades presenciais. Semanalmente o encontro que acontecia na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Italva, Diocese de Campos promovia momentos agradáveis e ajudando ais idosos a melhor qualidade de vida. Dalva Filgueira aproveitava para aprender artesanato e partilhar um pouco da vida. Com o isolamento familiar sente falta das amigas, mas com mais tempo para curtir a família. Na Paróquia as missas presenciais dois horários dedicados aos idosos com cuidado redobrado e normas sanitárias. Padre Maxiliano Barreto explica que a medida foi uma forma de cuidado com os idosos em isolamento social.
“Confesso que está sendo um desafio, preparar a matriz com todos os cuidados sanitários para acolher os idosos, mas como é gratificante oferecer esse conforto e minimizar o isolamento. Outra iniciativa na nossa paróquia que gosto de recordar foi as crianças da catequese preparando cartinhas amorosas aos idosos. Afinal a igreja tem de cuidar de todos e expressar o amor de Deus”, disse padre Maxiliano.
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