Pandemia: jovens assumem missão evangelizadora e solidaria
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
O Projeto Café da Manhã Solidário é um momento de escuta e de levar palavras de conforto aos moradores de rua na cidade de Campos dos Goytacazes. Os jovens missionários do Santuário de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, dos Padres Redentoristas acordam cedo e preparam tudo para passar pelos pontos de concentração dos moradores de rua. Além do alimento escutam um pouco das historias. O Coordenador da Juventude Missionária Redentorista, Igor de Oliveira Ferreira destaca a experiência de cuidar desse grupo de pessoas em vulnerabilidade social.
“O café solidário na minha vida é não só um chamado de Deus, mas uma forma que Deus tem de me ensinar, me corrigir, me santificar. Quando cuidamos do próximo, Deus cuida da gente. É assim é a experiência de levar café da manhã aos mais necessitados. Muitas das vezes quando vamos levar o café, alguns deles perguntam: “você pode me dar um abraço” ou “pode rezar por mim?” e isso é uma grande benção de Deus: levar não só o alimento material, mas também a palavra de Deus. Portanto, o café solidário é um momento meu de encontro com Deus, já que podemos enxergá-lo no irmão”, revela Igor.
Lucas Dias fala da importância da Igreja ser solidaria e buscar ir ao encontro dos pobres e sofredores e neste tempo de pandemia o aumento das famílias em vulnerabilidade social que se abrigam nas ruas. São expostas ao Covid-19 por não poderem vivenciar o distanciamento social. Lucas revela que é importante cuidar.
“Então o café solidário para mim foi uma forma de ver a necessidade do outro de ver que a igreja não pode ser só o templo mas a igreja tem que ser cada um de nós e ali poder ver o quanto a misericórdia de Deus age nas pessoas. Também pude ver que não somos nada não temos nada, e que tudo que temos devemos partilhar. Muitas vezes nós temos tudo em nossas casas nunca nos falta o pão de cada dia e mesmo assim reclamamos enquanto outros não tem sequer o que vestir. Consegui enxergar o quanto eu devia sair do comodismo, porque existem várias pessoas esperando o nosso sim. O que nós temos para ofertar, que seja um alimento ou a nossa própria oração, pois os nossos irmãos de rua não necessitam somente do pão, da coberta, mas eles também necessitam das nossas orações para terem o maior de todos os alimentos que é o próprio Jesus Cristo. Sou muito grato a Deus por poder partilhar um pouco do que tenho”, destaca Lucas.
O Coordenador Igor de Oliveira Ferreira informa que o objetivo dessa ação missionária dos jovens é de levar café aos moradores de rua aos domingos na parte inicial da manhã, onde muitos se encontram com fome em razão de ser um horário de difícil acesso aos alimentos. Neste sentido, o projeto se consolidou com o tempo através da ajuda dos agentes de outras pastorais do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e de alguns colaboradores e se transformou não somente em um instrumento de levar o alimento material, mas também a palavra de Deus, visto que muitos dos irmãos de rua pedem orações, um versículo bíblico, e até mesmo um abraço.
Ajudar a transformação social à luz da Palavra de Deus
O bispo de Campos, dom Roberto Francisco destaca a ação dos jovens da Juventude Missionária Redentorista que não se restringe a levar o alimento, mas ser solidário com a população que vive em situação vulnerável neste tempo de pandemia e parabeniza pela atitude que revela uma igreja em saída, discípula e missionária.
“Parabenizo os jovens do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro não só pelo gesto solidário com os moradores de rua, mas acrescento também que essa atitude é um serviço da caridade transformadora da igreja e quando jovens se dedicam a colaborar com o cuidado e com a construção de uma sociedade mais inclusiva esta mostrando que é cristão e tem valores, que não se contenta em ficar com os braços cruzados, mas se compromete com as pessoas que sofrem e prova que os jovens querem sempre algo mais e são inspirados pelo Cristo, e esse Cristo sempre os coloque no caminho do amor, do serviço e da luta por uma sociedade mais saudável onde não existam pessoas nas ruas”, destaca dom Roberto Francisco.
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