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Amor a Deus e ao próximo

Desejamos amar a Jesus escutando e colocando em prática a sua Palavra no dia a dia, buscando a cada dia viver a santidade nas nossas ações.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Estamos nos aproximando do fim desse ano litúrgico, o tempo vai passando por nós e devemos nos manter firmes com os olhos fixos em Jesus. Na liturgia do XXX Domingo do Tempo Comum Jesus nos anuncia o mandamento do amor, que consiste em amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. O amor é o fruto genuíno e inaudito da nossa fé católica e da nossa experiencia de oração com Jesus.

Desejamos amar a Jesus escutando e colocando em prática a sua Palavra no dia a dia, buscando a cada dia viver a santidade nas nossas ações. Tendo em nosso dia momentos de oração e de encontro com o Senhor na Eucaristia e essa mesma Eucaristia nos leva a amar os nossos irmãos. Que através da Eucaristia o Senhor nos conceda através do Espírito Santo o dom do verdadeiro amor.

Na primeira leitura deste domingo (Ex 22,20-26), o Senhor se dirige ao povo dizendo para eles amarem o pobre, a viúva, o órfão e o estrangeiro, pois o Senhor os amou primeiro libertando-os da escravidão e da fome que padeciam no deserto. Por isso da mesma forma que Deus os ama eles devem amar o próximo independente de sua condição social. Isso serve para nós nos dias de hoje: não devemos desprezar o pobre, o estrangeiro, pois o clamor deles será ouvido pelo Senhor. E cada um de nós é estrangeiro nessa terra, estamos aqui de passagem e o Senhor ama a todos igualmente. O Senhor é misericordioso e devemos levar essa misericórdia dele a todas as pessoas independente de sua classe social.

O salmo responsorial 17 (18) o salmista eleva um louvor de gratidão ao Senhor por seu amor e por sua misericórdia que são infinitas e principalmente por escutar o clamor dos pobres e oprimidos. O salmista agradece ao Senhor pois Ele nos salva independente de nossos pecados.

Na segunda leitura (1Ts 1,5c-10) Paulo se alegra com a comunidade, pois eles estão sendo imitadores dos bons costumes, ou seja, imitando o proceder de Paulo no meio deles. Essa imitação se dá pelo modo na qual eles acolhem a Palavra de Deus e através da ação do Espírito Santo. Mesmo em meio a tantos desafios e tribulações eles foram capazes de acreditar na ação do Deus único no meio deles e aprenderam a confiar em sua infinita misericórdia. Dessa maneira podemos aprender com a comunidade de Tessalônica e acolher com o coração cheio de alegria a ação do Espírito Santo no meio de nós e louvando e agradecendo ao Senhor as maravilhas que ele nos concede e pondo em prática os ensinamentos que nos vem por meio da Palavra.

No Evangelho (Mt 22,34-40), os fariseus ao ficarem sabendo que Jesus tinha feito calar os saduceus, se reuniram em grupo e para tentar colocar Jesus a prova perguntam: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” E Jesus responde que é amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração e com toda a tua alma, esse é o primeiro e o maior mandamento. O segundo é semelhante a esse, amarás o teu próximo como a ti mesmo e ainda acrescenta que toda lei e todos os profetas dependem desses dois mandamentos.

Essa resposta de Jesus aos fariseus serve para nós nos dias de hoje, devemos amar primeiramente a Deus e ao nosso próximo como a nós mesmos, dessa maneira seremos fiéis ao mandamento do Senhor e colocando em prática a nossa fé católica. Quantas vezes desprezamos o nosso próximo seja por raça, língua ou condição social. Devemos ser em nossas ações no dia a dia praticantes da verdadeira religião que é o amor. A maneira concreta de vivermos essa religião do amor, é criando uma relação de intimidade com o Senhor por meio da oração diária e participando da Eucaristia.

Jesus nos ensina que todos têm lugar a mesa, não se deve excluir ninguém, tem lugar para o pecador, para o estrangeiro, para o pobre, enfim não há distinção, todos devem se sentir participantes da mesa em que o próprio Jesus se dá em alimento a nós.

A partir dessa mesa Eucarística devemos trazer para a nossa realidade do dia a dia, não excluindo ninguém do direito ao alimento material. Devemos vestir o pobre, visitar os doentes, acolher o pecador e dar alimento ao faminto.

Coloquemos em prática a religião do amor, trazendo para a nossa vida real, aquilo que aprendemos do Evangelho. E como nos ensina João em sua carta “Quem diz que ama a Deus e não ama o seu próximo é um mentiroso, e a verdade não está com ele”.

Portanto, pratiquemos uma vida verdadeira de acordo com a nossa fé e não uma vida de mentiras, com o que não condiz com o que nos ensina o Evangelho.

 

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24 outubro 2020, 08:44