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D. José Ornelas, Missa no Santuário de Fátima D. José Ornelas, Missa no Santuário de Fátima  

Fátima: Presidente da CEP alerta para “movimentos populistas”

D. José Ornelas, Bispo de Setúbal e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, presidiu à Peregrinação internacional aniversária do 13 de outubro, na Cova da Iria.

Domingos Pinto - Lisboa

“Vivemos num tempo em que movimentos populistas manipulam a nostalgia do passado, o medo real e imaginário, o perigo do estrageiro, do que pensa diferente, que usam a ganância de possuir e dominar e até usam o nome de Deus e modelos religiosos para os seus interesses”.

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O alerta foi lançado D. José Ornelas, bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa na homilia da Missa internacional aniversária do 13 de outubro e na qual realçou “a forma muito contida” da celebração deste ano por causa da COVID-19.

O bispo de Setúbal chamou a atenção para as políticas de “muros”, uma reflexão a partir das preocupações do  Papa Francisco na sua última encíclica ‘Fratelli Tutii’, considerando que se “exacerbam nacionalismos egoístas e conflituosos” e se impedem “consensos mundiais para encontrar soluções para os problemas de todos, como a pobreza, a injustiça, a guerra e a depredação do planeta”.

O presidente da CEP destacou noutro contexto que é importante valorizar a mulher “nos lugares de decisão, como pede o Papa Francisco.”

“Acentuar o feminino e o materno não é apenas buscar um equilíbrio de poderes ou de influências na organização funcional da Igreja. Trata-se é de mudar de paradigma, de mudar o modo de pensar: o mundo não é de quem mais manda, é de quem mais constrói a vida. A liderança eclesial não está fundada sobre a ideia de poder, mas na vida, no cuidado e no serviço”, sublinhou.

Para o bispo de Setúbal, que a este propósito retomou o pensamento do Papa, a valorização do papel da mulher “contribui decisivamente para a valorização dos ministérios na Igreja, homens e mulheres, hoje demasiado concentrados nos ministérios ordenados”.

Na sua homilia, D. José Ornelas realçou ainda que santuários e igrejas, paróquias e comunidades devem ser “lugares de relação e de comunhão”, como “casas de Deus no meio da sociedade”.

A encerrar esta celebração o cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, elogiou a “responsabilidade cívica” e cristã dos peregrinos que respeitaram as indicações de segurança e higiene.

O espaço do Santuário contou com marcações no solo, delimitando áreas circulares de ocupação para cerca de 6 mil pessoas, numa área útil de 48 mil metros quadrados.

 

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14 outubro 2020, 13:42