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Bispos paraguaios: devastação por incêndios pede mudanças estruturais do Estado

Diante dos incêndios que levaram à declaração de emergência nacional na última semana, os bispos que pedem aos cidadãos que tomem consciência das graves consequências e ao governo para implementar reformas estruturais para evitar este flagelo.

Vatican News

O Paraguai anunciou que começará a estudar um Plano de Investimentos para os próximos cinco ou dez anos com o objetivo de ter recursos financeiros para fazer frente aos incêndios florestais como os que se espalharam pelo país sul-americano há duas semanas. Uma preocupação que para os bispos paraguaios permanece latente, embora tenha se conseguido controlar, em grande parte, os mais de 12 mil focos surgidos em todas as regiões do país.

“Acreditamos que essas graves situações ambientais que vivemos merecem mudanças estruturais e pessoais para todos os seres humanos, o Estado e a Igreja”, diz nota da Secretaria Geral da Conferência Episcopal do Paraguai (CEP). "Levantamos nossa voz preocupados com a grave situação que vivemos em decorrência dos incêndios, sejam eles provocados ​​ou não."

Entre os dias 25 e 27 de setembro, foram registrados quase 7 mil focos de incêndios em 6 departamentos, 12 distritos. No dia 1º de outubro, eram mais de 12 mil focos de incêndios, 80% e 90%, causados ​​por ações humanas, principalmente queimadas de florestas, campos e lixo. A densa camada de fumaça que cobria os céus da capital Assunção e do resto do cone urbano levou o governo a declarar emergência nacional e solicitar ajuda internacional para controlar a situação, a pior conhecida até agora.

“Fazemos um chamado à cidadania e a todas as pessoas de bem para deter com este flagelo, evitando a queima de lixo e matas, além de tomar consciência das graves consequências que nos afligem, que se somam a outros males e afligem a população de neste momento”, reitera a mensagem da CEP.

Os incêndios florestais irromperam queimando vastas áreas da floresta seca do Chaco, onde existem extensas fazendas de gado, além de habitat de onças-pintadas e muitas tribos indígenas. Neste sentido a insistência dos bispos em não minimizar este desastre natural, porque ele produz uma devastação que é maléfica não somente para o meio ambiente, mas para todas as pessoas, especialmente aquelas que sofrem de doenças respiratórias e comunidades inteiras em todos os setores rurais e indígenas do Paraguai.

A CEP valoriza o trabalho dos bombeiros voluntários e colaboradores que fazem o possível para mitigar os focos de incêndios, apesar de estarem em “desvantagem diante do número de queimadas e pela falta de recursos”.

Ao pedir uma maior solidariedade aos cidadãos, os bispos recordam as palavras do Papa Francisco no início do seu Pontificado, quando pediu para ser custódios da Criação, guardiões do meio ambiente e para não deixar que os sinais de destruição e de morte acompanhassem o caminho do nosso mundo. “Pedimos também ao Senhor que nos envie chuva abundante”, concluem os bispos

Vatican News Service - ATD

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07 outubro 2020, 13:37