Nas igrejas da Polônia, oração pelo país abalado por protestos
Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano
Durante a Audiência Geral de 28 de outubro, ao saudar aos peregrinos poloneses o Papa Francisco lançou um novo apelo em defesa da vida. O Pontífice exortou a rezar para que Deus desperte "nos corações de todos o respeito pela vida de nossos irmãos, especialmente dos mais frágeis e indefesos":
Saúdo cordialmente os peregrinos poloneses. No dia 22 de outubro passado, celebramos a memória litúrgica de São João Paulo II, neste ano centenário do seu nascimento. Ele sempre exortou a um amor privilegiado pelos menos favorecidos e indefesos e pela proteção de todo o ser humano, desde a concepção até à morte natural. Por intercessão de Maria Santíssima e do Santo Pontífice polonês, peço a Deus que suscite no coração de todos o respeito pela vida de nossos irmãos, especialmente dos mais frágeis e indefesos, e que dê força àqueles que a acolhem e cuidam dela, mesmo quando isso exige um amor heróico”.
Protestos continuam
Os protestos na Polônia não dão sinal de arrefecer. Na mira, também Igreja também é alvo, que acolheu com agrado a decisão do Tribunal Constitucional segundo a qual o aborto eugênico não é compatível com a Constituição. Apesar das rígidas restrições ao coronavírus, o país foi palco de massivas manifestações contra a sentença de 22 de outubro passado. Manifestantes protestam em várias cidades e também dentro de igrejas. Seguindo a decisão do Tribunal Constitucional, o aborto só será permitido em caso de estupro ou quando a vida da mulher estiver em risco.
Gratidão dos bispos ao Papa
Neste clima de forte tensão que abala a Polónia, realizou-se na quarta-feira a reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Polonesa. Os bispos agradeceram as palavras do Papa Francisco depois da catequese, quando exortou a rezar pela proteção da vida de todos, "especialmente dos mais frágeis e indefesos".
A Igreja sempre estará do lado da vida
No comunicado final, a Conferência Episcopal Polonesa, destacando a necessidade de proteger "as mães e famílias que acolhem e criam crianças doentes", fala da "grande dor" pela escalada dos protestos, também pela "linguagem vulgar usada por alguns manifestantes", pela "devastação de igrejas, a profanação de lugares sagrados ou o impedimento de neles realizar a liturgia". Fatos que são definidos como "perturbadores".
O pedido é para iniciar um diálogo social respeitoso, no qual todos possam expressar sua opinião "sem o uso da violência". “Fazemos um apelo às paróquias, movimentos católicos e outras organizações eclesiais para que tomem iniciativas concretas para ir ao encontro daqueles que precisam e precisarão dessa ajuda, tanto individual como institucional. A Igreja - sublinham os bispos - estará sempre ao lado da vida e apoiará iniciativas que a protejam ”.
Procure saídas
“Neste momento dramático - escrevem os prelados - pedimos aos políticos e a todos os participantes do debate social que analisem em profundidade as causas da situação que se instalou e procurem saídas no espírito da verdade e do bem comum, sem instrumentalizar a questões de fé e da Igreja”.
Depois, o agradecimento aos sacerdotes, aos fiéis leigos “que defendem com coragem as suas igrejas”, mas também à polícia. “A Igreja quer permanecer aberta a todos, independentemente da sua filiação social e política”.
Relembrando o momento difícil no país devido ao coronavírus, os bispos apelam à "solidariedade" e ao cumprimento dos regulamentos anti-Covid, expressando gratidão a todos os profissionais de saúde. Por fim, o convite a “jejuar, dar esmolas e rezar pela paz social, com o intuito de defender a vida, pondo fim à crise atual e ao desenvolvimento da pandemia”.
Protestos e orações
Em muitas igrejas na Polônia, os crentes foram impedidos de rezar nestes dias. E o direito de professar a fé foi tirado deles à força, sublinhou Dom Artur Miziński, secretário-geral da Conferência Episcopal Polonesa ao Vatican News, acrescentando que uma oração especial a Deus será recitada nas igrejas da Polônia por intercessão de Maria e de São João Paulo II.
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