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As condições precárias vividas por famílias de Muidumbe, em Cabo Delgado As condições precárias vividas por famílias de Muidumbe, em Cabo Delgado 

Norte de Moçambique: bispo de Pemba implora ajuda da comunidade internacional

“Chegaram 10 mil refugiados e outros estão chegando; eles não têm onde dormir, mas utilizam cobertores e abrigos improvisados. Alguns morreram no caminho. Esta é uma situação humanitária desesperadora para a qual pedimos, e até imploramos, ajuda e solidariedade da comunidade internacional”: esse é o apelo do bispo de Pemba, em Moçambique, dom Luiz Fernando Lisboa. A mensagem foi divulgada em vídeo em nome da Caritas.

Manoel Tavares - Vatican News

O bispo de Pemba, em Moçambique, dom Luiz Fernando Lisboa, enviou, em nome da Caritas local, um vídeo à instituição “Ajuda a Igreja que Sofre” (AIS) no qual descreve a difícil situação na província de Cabo Delgado, no norte do país:

“Chegaram dez mil refugiados e outros estão chegando; eles não têm onde dormir, mas utilizam cobertores e abrigos improvisados. Alguns morreram no caminho. Esta é uma situação humanitária desesperadora para a qual pedimos, e até imploramos, ajuda e solidariedade da comunidade internacional.”

Campanha para arrecadar 100 mil euros

Desde 2017, ocorreram, em nove distritos moçambicanos, mais de 600 ataques brutais pelos milicianos do Isis - jihadistas do autodenominado Estado Islâmico da África Central – causando cerca de 2 mil mortes e mais de 310 mil deslocados. No último domingo (8), a cidade de Muidumbe foi atacada e dezenas de pessoas foram decapitadas e desmembradas em um campo de futebol. Segundo alguns relatórios, diz a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), os milicianos também massacraram mais de quinze crianças, junto com os adultos que as preparavam para os ritos tradicionais da tribo Makonde.

A responsável do Departamento de Projetos Internacionais da Ajuda à Igreja que Sofre, Regina Lynch, informa que a fundação pontifícia respondeu ao apelo de dom Fernando Lisboa enviando ajudas de emergência à diocese de Pemba e às cidades vizinhas. Para enfrentar a crise, pela qual o país está atravessando, lançou uma campanha para arrecadar 100 mil euros para enviar à população, brutalmente atacada pelos jihadistas moçambicanos, filiados ao Isis:

“Além de enviar cobertores, roupas, alimentos, produtos de higiene e até sementes e equipamentos necessários, pretendemos aliviar a pior fase do sofrimento daquela população. Por isso, criamos um programa para que os grupos diocesanos possam garantir apoio psicológico e psicoterapêutico aos refugiados traumatizados nas paróquias.”

A Irmã Blanca Nubia Zapata, carmelita teresiana de São José, que vive em Pemba, disse à organização eclesial Ajuda à Igreja que Sofre:

“Parece que estão tentando expulsar, sem piedade, toda a população da zona norte da província de Cabo Delgado. Por isso, mais de 12 mil pessoas chegaram à região, nas últimas semanas, após terem percorrido 180 quilômetros, sem ter o que comer e beber, carregando crianças nas costas. Há mulheres que até deram à luz na rua. Para ajudar, conseguimos abrigar muitas famílias na escola.”

A responsável do Departamento de Projetos Internacionais da Ajuda à Igreja que Sofre concluiu, dizendo: “o novo surto de terror e violência jihadista na África está ceifando numerosas vidas de cristãos e muçulmanos. Esperamos que haja uma forte reação internacional em relação à crise no norte de Moçambique, em prol dos mais pobres e abandonados”.

Vatican News Service - TC

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14 novembro 2020, 16:10