Cardeal D. José Tolentino: “Tornar a pandemia terra de missão”
Domingos Pinto – Lisboa
“Não podemos abandonar a pandemia, mas devemos tornar a pandemia terra de missão. O aqui e o agora são sempre os lugares onde Deus fala”.
O desafio foi lançado no passado dia 29 de outubro pelo Cardeal D. José Tolentino Mendonça na conferência de encerramento do ciclo ´A falta que um rosto faz…’promovido pelos Institutos Missionários Ad Gentes dedicado às missões em Portugal.
Um ciclo por videoconferência por força da pandemia, que teve como pano de fundo a mensagem para o Dia Mundial das Missões na qual o papa assume que a pandemia de Covid-19 deve ser um “desafio também para a missão da Igreja”.
Na sua conferência D. José Tolentino refletiu sobretudo a partir das enciclias «A Alegria do Evangelho» e «Fratelli tutti», realçando desde logo que “quando se fala de missão é importante falar de gratidão”.
O cardeal português, arquivista e bibliotecário do Vaticano, sublinhou o esforço dos missionários espalhados pelo mundo, e disse que “há uma conversão missionária em curso na Igreja”.
“A Igreja hoje não pode falhar o encontro com a missão, não pode não ouvir o chamamento de ser uma Igreja em saída, um chamamento que a projeto para lá de si”, reafirmou o prelado que considera importante estarmos atentos às interpelações do mundo atual.
“A pandemia desabou sobre nós, mas nestes meses podemos já perceber tanto: vivíamos num mundo de falsas seguranças, a esconder a nossa vulnerabilidade, vivíamos a negar a realidade. Mas percebemos que a tragédia global põe a descoberto valores positivos. A ‘Fratelli tutti’ é o que é por causa da pandemia. A mensagem de fraternidade tornou-se urgente. Não podemos não viver a fraternidade, não podemos não viver como irmãos”, precisou.
D. José Tolentino Mendonça disse neste contexto que é preciso ultrapassar o “viver por conta própria” e que a vida missionária é feita de testemunhos, “de encarar rostos”.
O cardeal arquivista e bibliotecário do Vaticano sugeriu neste contexto mudar o termo ‘leigo’ para ‘testemunha’, passando a “falar da Igreja como um povo de testemunhas”.
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