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Economia de Francisco: Ide, reconstruí Casas de Francisco e Clara

Experiência mística, laboral, territorial da Economia de Francisco e Clara surge na periferia de Florianópolis e quer ocupar o Brasil.

Vatican News

A Economia de Francisco e Clara chega a seu momento de celebração global. Passados mais de um ano da carta do Papa Francisco a “realmar a economia” no mundo inteiro, jovens, pesquisadores/as e ativistas apresentam suas propostas em resposta a esse chamado. Para o Brasil, duas iniciativas surgem da Articulação Brasileira e Vilas temáticas para as quais as juventudes selecionadas para o encontro com o Papa foram destinadas. São a Aliança Mulher Mãe Terra, e as Casas de Francisco e Clara, projetos que se entrelaçam e se complementam. Enquanto a Aliança apresenta uma agenda global pelo acesso das mulheres à terra como condição sine qua non para a soberania alimentar no mundo, as Casas de Francisco e Clara nascem como lugares de vivência e imersão, através dos quais a prática da Economia de Francisco e Clara acontece na vida das comunidades.

A urgência histórica de superar essa economia que mata é um grande desafio, pois a ideologia neoliberal invadiu todos os setores das vidas das pessoas. É a monetização do pensamento, dos sentimentos e das ações, que envolve todos no tecido de uma economia da indiferença e da violência. A fim de superar este paradigma tecnocrático, indiferente, que segue descartando coisas e pessoas, a proposta da Economia de Francisco e Clara é construir um novo pensamento e novas condutas que apontem para o bem viver entre os povos a partir de uma economia a serviço da vida.

O convite, portanto, é reaprender a viver no mundo na tarefa de convergir, em múltiplos espaços juvenis e formativos, esta raiz metodológica do pontificado do Papa Francisco: a cultura do encontro. A Casa de Francisco e Clara é esse chamado a todas as pessoas, especialmente às juventudes, de experienciar ecologias e economias de maneira integral. As juventudes serão convidadas a perceber nas brechas da economia real, as fissuras do mercado, que segue descartando pessoas e, através do encontro com os empobrecidos resgatar elementos reais para reconstruir novas interações ecológicas e econômicas, a partir de outras lógicas, dialógicas e inclusivas, por outras economias, criativas, populares e solidárias.

A prática da territorialização é o tecido místico, a teia da vida na qual as juventudes são convidadas a encarnar-se. Com ternura e vigor chegar, amar e fazer com as pessoas, através de uma relação visceral com suas esperanças, com a meta de construir condutas e pensamentos que apontem a percepção de que as pessoas tornaram-se servas de sistemas econômicos desterritorializados e desalmados. Enraizar as bandeiras das juventudes nas lutas do povo e com o povo, sujar as mãos no trabalho comunitário, propor pactos, reunir diferentes, realmar as periferias com o que ela tem de mais poderoso: a capacidade coletiva de construir outras formas de sociabilidade, de se organizar e se (re)descobrir.

Neste mutirão de reconstruir Casas de Francisco e Clara, apontamos 10 eixos místicos que fundamentam este movimento surgente do seio das comunidades a espalhar-se por todo o Brasil: • Lugar de encontro com os empobrecidos: espaços teológicos através dos quais os jovens poderão fazer a experiência do Cristo no pobre, como o fez Francisco de Assis, sendo também um espaço ecumênico e de diálogo inter-religioso com as grandes religiões. Construindo, também, espaços para as pessoas que não professam a fé religiosa, mas que acreditam na justiça e em economias que nascem da solidariedade.

• Lugar de trabalho e contemplação: construir com os jovens da casa um itinerário místico de formação, a fim de que este trabalho possa consolidar e comprometer um projeto de vida, com a prática da justiça na casa comum e com a construção do bem viver. Espaços orantes e abertos para as pessoas do território, onde todas as pessoas sejam bem vindas e possam formar comunidades orantes.

• Lugar de cultivo e preservação da biodiversidade: construir um espaço de cuidado com a casa comum, através do cultivo do solo, da prática da agroecologia e optando por economias de escala curta. Promover o retorno à terra e à opção por um estilo de vida simples e frugal; aprender a viver com poucas coisas.

• Lugar de inovação, com energia limpa e renovável: trabalhar, através dos centros tecnológicos, o conhecimento em rede e a integração entre centro e periferia. Capacitar as juventudes do território a conhecer, produzir e aprimorar as múltiplas tecnologias, em função da juventude da periferia, garantindo participação e novos meios de transformação social.

• Lugar de potencializar o desenvolvimento regional territorial: através da pesquisa e da extensão junto aos territórios, produzir ciência, a fim de democratizar o conhecimento com acesso às populações empobrecidas. Garantir parcerias com as Universidades, que têm projetos afins, para que o saber científico esteja a serviço da vida plena.

• Lugar de vivenciar e aprofundar o humanismo solidário do Papa Francisco: promover a vivência dos princípios e valores da proposta humanista do Papa Francisco, para que os jovens sejam multiplicadores de ações solidárias em prol do bem viver e de novas economias possíveis, urgentes e necessárias.

• Lugar de conhecer uma Teologia para Libertação: vivenciar a mística de olhos abertos, para compreender a humanidade através de uma prática libertadora. Defender e lutar pelos 3 T: Terra, Teto e Trabalho, a fim de que a Casa de Francisco e Clara seja um laboratório de políticas públicas de estado.

• Lugar-farol de esperança para as juventudes: optar pela esperança como projeto de vida, rompendo com a globalização da indiferença e apostando na alternativa da civilização do amor. Construir lugares de liberdade, onde se vivencie uma civilização da esperança.

• Lugar de partilhar experiências globais por outro mundo possível: vivenciar e partilhar diversas experiências de vida e práticas de construção solidária e participativa por um outro mundo possível. Conectar os movimentos populares, pastorais, comunidades eclesiais e demais coletivos de luta por paz e justiça.

• Lugar de escutar os gritos da humanidade e de encontrar-se com a Palavra: para descobrir a contemplação do Mistério na casa comum. O Papa Francisco nos diz que o planeta Terra não é um amontoado de problemas para resolver, ele é, antes de tudo um espaço de contemplação, de vivência do sagrado na vida. A vida na Terra é fruto do imenso amor de Deus. A Criação é um livro aberto, ler a Palavra na vida e ler a vida na Palavra é uma prática para despertar a atitude de contemplação da casa comum, nossa Irmã Mãe Terra.

Convidamos todas as juventudes e ativistas a se somarem a este projeto que nasce do chamado do Papa Francisco para fazermos com as Casas de Francisco e Clara uma revolucionária força sociopolítica a partir dos/as pequenos/as.

O primeiro lugar que essa iniciativa surge é no morro Monte Serrat, na periferia de Florianópolis, onde Pe. VIlson Groh vive e realiza junto ao povo há 40 anos trabalhos comunitários. Esta experiência piloto é um convite a todo o povo, para reconstruir em cada chão sagrado desta nação e do mundo um novo pacto ecológico e social: em comunidade, pela fraternidade e na unidade do amor.

Pe. Vilson Groh, vigário em Florianópolis, é sênior para o evento “A Economia de Francisco”

Gabriela Consolaro, de Florianópolis, é jovem selecionada para o evento “A Economia de Francisco”

Andrei Thomaz Oss-Emer, de Pelotas, é jovem selecionado para “A Economia de Francisco”

Eduardo Brasileiro, de São Paulo, é jovem selecionado para o evento “A Economia de Francisco”

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19 novembro 2020, 09:24
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