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Houve um aumento significativo de denúncias de abuso na França, segundo os bispos Houve um aumento significativo de denúncias de abuso na França, segundo os bispos 

Apresentado o terceiro relatório dos bispos franceses sobre pedofilia

O primeiro dado que se destaca é o aumento significativo das denúncias, de 220 no período entre 2010 a 2016 a 320 de setembro de 2018 a setembro de 2020. Um aumento que o relatório vincula às medidas tomadas pela Igreja na França nos últimos anos.

Vatican News

Foi apresentado o terceiro relatório da Conferência Episcopal Francesa (CEF) sobre a pedofilia na Igreja, durante os trabalhos da assembleia plenária do organismo, em andamento de 3 a 8 de novembro.

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O documento, apresentado pelo vice-presidente da CEF, dom Dominique Blanchet, traça um quadro preciso sobre a situação da pedofilia na Igreja francesa após os dois relatórios anteriores de janeiro de 2017 e outubro de 2018. A primeira parte apresenta os números atualizados coletados nos últimos dois anos nas dioceses francesas, enquanto a segunda fornece informações esquemáticas sobre as ações empreendidas pela Igreja na luta contra este flagelo e na prevenção, tanto local quanto mundial.

Medidas tomadas pela Igreja na França

O primeiro dado que se destaca é o aumento significativo das denúncias, de 220 no período entre 2010 a 2016 a 320 de setembro de 2018 a setembro de 2020. Um aumento que o relatório vincula às medidas tomadas pela Igreja na França nos últimos anos: a criação em 2018 de uma Comissão independente sobre abuso sexual na Igreja (Ciase), a criação de células de acolhimento e escuta nas dioceses, assim como os repetidos apelos feitos às vítimas pela Comissão a terem coragem de denunciar o abuso sofrido e entrar em contato com as instituições eclesiásticas.

Outro dado que emerge do relatório são as sinalizações dos bispos aos Ministérios Públicos que entre 2010 e 2020 foram 110 no total, dos quais 67 para fatos anteriores ao ano 2000 e 43 para os sucessivos. Quanto aos autores dos abusos, foram abertos processos para 208 pessoas. Com referência às medidas tomadas, nos últimos dois anos, 57 sacerdotes, religiosos e diáconos foram suspensos e 13 foram condenados a uma pena canônica. A lacuna entre as 320 pessoas que denunciaram e as sinalizações e procedimentos iniciados explica-se pelo fato de que muitas vezes as vítimas não eram conhecidas pelos bispos, que os responsáveis tinham morrido ou não eram identificáveis.

Firme determinação dos bispos

Outra informação importante fornecida pelo documento diz respeito à ampla ação da Igreja na luta contra a pedofilia: das 97 dioceses e arquidioceses francesas, 24 contam com referências diocesanas e 83 abriram uma célula de escuta e acolhimento. “Embora ainda haja muito a ser feito para que a Igreja se torne uma casa segura para todos”, enfatiza a introdução, “o novo relatório evidencia a firme determinação dos bispos de ir além e implementar todas as medidas necessárias para enfrentar este desafio urgente e necessário”, começando pela escuta das vítimas.

Prosseguem os trabalhos da assembleia plenária. A reunião deveria ter sido realizada presencialmente em Lourdes, mas devido à pandemia da Covid-19 foi realizada de forma virtual. Entre os temas da agenda, além do combate à pedofilia, os problemas do mundo agrícola na França, a relação entre território e paróquia e questões financeiras. O presidente da CEF, dom Éric de Moulins-Beaufort, encerrará os trabalhos no dia 8 de novembro.

Vatican News Service - LZ/MJ

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06 novembro 2020, 13:37