Arcebispo de Homs, falecido aos 52 anos, “um lutador da esperança”
Emanuela Campanile - Cidade do Vaticano
“Um homem que sofreu com seu povo e por seu povo”. Com estas palavras Regina Lynch, responsável dos projetos da Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (ACS, sigla em italiano), recorda Dom Selwanos Boutros Alnemeh, arcebispo sírio ortodoxo de Homs, falecido última segunda-feira após uma breve, mas grave doença.
A sua vida - lê-se no comunicado da ACS - que terminou aos 52 anos, foi marcada pelo sofrimento que transformou em devoção paterna e dedicada a numerosos projetos em favor dos órfãos e das famílias mais pobres da arquidiocese, mesmo nas fases mais difíceis da guerra. Outra grande preocupação eram seus sacerdotes, pastores incansáveis, mas privados recursos em um país dilacerado e mergulhado na pobreza.
Testemunha de dor e esperança
Ele testemunhou a destruição de Homs, as atrocidades e perseguições pelos jihadistas nos vários povoados e contra as comunidades cristãs vizinhas: o massacre de 45 cristãos em outubro de 2013 em Sadad, a cidade natal do arcebispo onde ele foi sepultado, e em maio de 2014, a explosão da bomba na Catedral de Homs que também feriu seu irmão, que morreu poucos meses depois devidos aos graves ferimentos.
Apesar dos duros golpes - continua a nota da Fundação - o metropolita de Homs e Hama nunca se cansou de alimentar esperança. Junto com projetos de emergência para aliviar as dores e necessidades, Selwanos promoveu, com a ajuda da ACS, muitas outras iniciativas para encorajar e fortalecer a comunidade cristã, como o "Caminho da Esperança": as crianças da Cidade Velha de Homs pintavam graffiti nas paredes das casas destruídas para mostrar que os cristãos queriam ficar e reconstruir aquela parte da cidade que foi arrasada durante a guerra. Ele também foi um dos primeiros a se comprometer com a reconstrução de casas para os cristãos que retornaram após o cessar-fogo. Ele abriu um jardim de infância em Hama que chamou de “Esperança de vida” e pediu bolsas de estudo para que os jovens pudessem continuar sua formação o mais rápido possível.
Em Genebra e Bruxelas para falar sobre cristãos esquecidos
Sua contribuição foi enorme, destaca a Fundação, assim como sua dedicação em conscientizar o mundo sobre a terrível situação pela qual estavam passando. Em 2016 foi com a ACS a Genebra e Bruxelas para descrever a realidade que viviam os fiéis e denunciar o descaso internacional pelo desaparecimento da presença cristã na Síria, devido à perseguição e consequente emigração.
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