40% dos católicos suíços são migrantes. Bispos defendem pastoral multicultural
Vatican News
O "rosto" da Igreja Católica na Suíça é cada vez mais multicultural. Os números falam por si: no país suíço vivem 3 milhões de católicos e, destes, cerca de 40% são provenientes de um contexto migratório. Por essa razão, a Conferência dos Bispos suíços decidiu fortalecer "a orientação, a organização e o financiamento da pastoral migratória na Igreja Católica".
Em uma nota divulgada nestes dias, os bispos suíços explicam que "se originalmente a Igreja na Suíça era solicitada para a assistência espiritual de trabalhadores migrantes provenientes de países europeus, e que se presumia que eles retornariam aos seus países de origem após alguns anos (“assistência pastoral de trabalhadores estrangeiros”), um quadro muito diferente se apresenta hoje. Os imigrantes são provenientes de todo o mundo e vão à Suíça não só por motivos profissionais, mas também como refugiados, como famílias ou para formação”.
Embora alguns tenham vivido na Suíça por gerações, mas continuem inseridos na cultura religiosa de seu país de origem, outros chegaram há alguns anos ou ainda outros não têm uma situação de residência regulamentada.
“Os migrantes católicos não são somente multilíngues, mas também diversificados sob todos os pontos de vista, observam os bispos. Isso requer um maior desenvolvimento da assistência espiritual orientada para a pastoral intercultural”.
Existem 110 missões "alloglot" da Igreja Católica na Suíça. Este é o nome dado às comunidades linguísticas que oferecem assistência espiritual local a pessoas de origem estrangeira. Ao longo dos anos, estas comunidades deram uma "considerável contribuição para a integração eclesial e social dos migrantes e viajantes", motivo pelo qual a Conferência Episcopal decidiu "ampliar no futuro" a pastoral migratória e, sobretudo "a concepção da Igreja como comunidade na diversidade”.
Segundo os bispos suíços, “a migração está evoluindo de forma dinâmica e colocará a Igreja e também a sociedade diante de novos desafios”. “A mobilidade, a migração e as diferenças culturais ampliam a concepção da Igreja como comunidade na diversidade”.
Trata-se, portanto, de favorecer "sinergias interculturais" para favorecer "uma maior convivência e uma abordagem consciente e respeitosa quer durante as Missas como na vida eclesial". “Afirmamos que a Igreja não tem fronteiras”, observa Dom Jean-Marie Lovey, bispo de Sion, responsável pela Pastoral dos Migrantes da Conferência Episcopal Suíça. “O fenômeno da migração expressa esse pensamento com mais força ainda. Mas é a nossa relação concreta com os migrantes que revela a autenticidade do que anunciamos”.
O diretor nacional da Migratio, Karl-Anton Wohlwend, conclui afirmando estar ansioso “pela implementação deste conceito e os impulsos que dele derivarão. A maior convivência da Igreja local e das comunidades aloglotas inspirará e enriquecerá a Igreja, tornando-a mais variada e colorida”.
Com Agência Sir
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