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Máscara de gás em parque infantil nas proximidades da Usina de Chernobyl Máscara de gás em parque infantil nas proximidades da Usina de Chernobyl 

Testemunho de sacerdotes que servem em áreas atingidas pelo acidente de Chernobyl

“O nosso bem-estar e o das gerações futuras depende do nosso empenho”, observa. “Prevenir catástrofes como a de Chernobyl é fundamental, assim como é preciso educar para a responsabilidade com a criação, fazendo também com que as pessoas entendam o conceito de pecado ecológico, porque sem água limpa, ar e alimentos, não há vida”, diz o responsável pela pastoral ambiental da Arquieparquia de Kiev, padre Roman Romanovych,

Vatican News

“Não fosse o sacrifício dos primeiros socorristas, bombeiros, mineiros e médicos, um desastre em escala continental teria ocorrido." Disto está convencido Volodymyr Pidhoretskyj, militar aposentado que trinta e cinco anos depois daquela trágica noite de 26 de abril, quando o reator da usina nuclear de Chernobyl explodiu, ao falar da coragem e do heroísmo daqueles que foram os primeiros a trabalhar no local do acidente. Tudo isso, ignorando o que realmente estava acontecendo e as consequências que logo depois causariam a explosão.

“Os hospitais de Moscou receberam imediatamente aqueles que estiveram lá, porque eles ficaram expostos à radiação por muito tempo. Muitos deles morreram”, diz o ex-militar que, com sua equipe de helicópteros, tratou de cobrir o núcleo do reator.

"Foram necessárias 600 mil pessoas para construir o sarcófago (a estrutura de contenção que cobriu o reator que explodiu) e devolver à área uma aparência de normalidade". Hoje Volodymyr Pidhoretskyj preside uma associação de mil desses trabalhadores, residentes em Vasylkiv, sua cidade natal, localizada a 100 quilômetros de Chernobyl. “Tumores e doenças crônicas são muito comuns por aqui”, continua ele. “O que aconteceu não deve se repetir”.

Em Slavutych, o cenário não muda. A cidade foi construída após o desastre para os sobreviventes e para as famílias que foram obrigadas a deixar Prypjat, área próxima à usina. O pároco da comunidade greco-católica ucraniana é o padre Juriy Lohaza: “Quem vive nesta área tem um duplo sofrimento: a perda de entes queridos e a luta constante contra as doenças”, diz o sacerdote.

“Eles trabalham na antiga central, agora desativada, para a construção de novas estruturas de contenção. Todos os anos, na noite de 26 de abril, eles se reúnem na praça central e organizam uma procissão de tochas para recordar aquela tragédia. Vidas de jovens famílias despedaçadas que foram convidadas a se afastar por um beve período. Nunca voltaram para casa”. O pároco ajuda a comunidade a seguir em frente, garantindo assistência espiritual e, na medida do possível, também material.

Quem visitou os povados abandonados onde ficaram alguns idosos foi o padre Vitaliy Kvapish, da Diocese latina de Kyiv-Zytomyr. “Foi uma experiência que nunca vou esquecer. Por um lado fiquei feliz por poder celebrar a Missa com eles, por outro senti muita dor em ter de deixá-los sozinhos.Não podia permanecer lá”, conta ele.

Todo o planeta foi afetado pelas consequências do que aconteceu em Chernobyl, escreveram em sua mensagem os membros do Conselho de Igrejas e organizações religiosas da Ucrânia por ocasião de dois aniversários: o Dia do Meio Ambiente (17 de abril) e a recordação do 35° aniversário do desastre.

Na mensagem, assinada pelo chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana  presidente do Conselho, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, é enfatizado que “a contaminação de dezenas de milhares de quilômetros quadrados de terreno, a transferência forçada de centenas de milhares de pessoas e, não menos importante,  somaram-se  às vítimas outras feridas ao longo dos anos. Entre estas, a continuação da guerra, o desmatamento dos Cárpatos e a extração descontrolada do âmbar”.

Para o responsável pela pastoral ambiental da Arquieparquia de Kiev, padre Roman Romanovych, “o nosso bem-estar e o das gerações futuras depende do nosso empenho”, observa. “Prevenir catástrofes como a de Chernobyl é fundamental, assim como é preciso educar para a responsabilidade com a criação, fazendo também com que as pessoas entendam o conceito de pecado ecológico, porque sem água limpa, ar e alimentos, não há vida”.

Vatican News Service (SD)

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35° aniversário do desastre da cebntral nuclear de Chernobyl
27 abril 2021, 08:11