Dom Giuliano e Dom Zenildo: a Assembleia que “reforça a nossa missão”
Silvonei José, Padre Modino - Vatican News
Dom Giuliano Frigenni, bispo de Parintins, e de dom Zenildo Luiz Pereira da Silva nos contam o encontro virtual dos bispos do Brasil, reunidos de 12 a 16 de abril.
Dom Giuliano Frigenni destacou os aspectos que ele considera importantíssimos, “a revisão do nosso Estatuto desde o Direito Canônico e a ligação profunda com a nossa vida como CNBB”. Segundo o bispo de Parintins, “tivemos a graça de escutar observações muito oportunas, ligadas à identidade da nossa Conferência Episcopal”. Ele enfatizou “a fidelidade ao mandato que o Papa deu a cada um de nós bispos de trabalhar na nossa diocese sempre em sintonia com os outros bispos, com a própria Conferência Episcopal, neste clima belíssimo de sinodalidade”. O bispo, que já participa há 21 anos da CNBB, diz ver que “este é um caminho de vários anos”.
Segundo Dom Giuliano, também “foi uma avaliação muito séria, muito bem feita, sobre a Campanha da Fraternidade 2021, que deu tantos problemas através das redes sociais”. Ele destacou entre as observações que foram feitas, que o Texto Base da Campanha da Fraternidade “não é um documento da CNBB, mas é um instrumento de trabalho”. O bispo de Parintins falou da importância da caminhada ecumênica, que “começou com uma grande força no Concilio Vaticano II, 55 anos atrás, e seria um crime ir contra esta beleza, que é a experiência eclesial da Igreja católica, que tem uma responsabilidade, de um lado com a sociedade, veja a Campanha da Fraternidade, que passa da caridade para uma ação social, seja em relação às outras igrejas com um gesto de conversão, de diálogo e de fraternidade”.
Para o bispo trata-se não de teorias e sim de “carne viva, corações sangrando pela unidade da Igreja, pela nossa missão de pastores, bispos”. Ele advertiu sobre o aviso realizado por alguns bispos, “que tem forças dentro da Igreja que querem como uma separação, querem criar divisões que não estão nem no coração do Papa, nem no nosso coração”. Segundo Dom Giuliano, “foi um momento extremamente rico de colaboração de todos os bispos”.
Já Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, começou dizendo que “é diferente, porque se trata de uma assembleia que está sendo virtual, onde não tem a possibilidade da convivência, mas reforça a comunicação, reforça a unidade, reforça a comunhão entre nós”. O bispo da Prelazia de Borba destacou nos trabalhos da tarde do terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da CNBB, três elementos. “O primeiro o retorno ao Tema Central, a Palavra habitou entre nós”, disse o bispo, que destacou a importância de voltar à Palavra de Deus, “que é a grande Luz para nossa caminhada, para nossas comunidades”. Essa volta, segundo Dom Zenildo, “vem reforçar a formação das lideranças, o dinamismo que as comunidades podem ter a partir da Palavra de Deus”.
Para o bispo da Prelazia de Borba, “as comunidades missionárias e as comunidades eclesiais de base, alimentando-se da Palavra de Deus, nos lembra os grupos de reflexão, nos lembra os círculos bíblicos”. Estamos diante de uma temática, segundo Dom Zenildo, que “está nos envolvendo, nos motivando, que dá continuidade as Diretrizes, e ilumina a caminhada da Igreja, reforçando assim a nossa missão de evangelizar”.
Também destacou como ponto importante a ação emergencial “Tempo de Cuidar”, que envolve a CNBB, Caritas e CRB. Trata-se de um trabalho, segundo o bispo, “para responder a dor do povo, a necessidade do povo, sobretudo encontrar meios de ajudar os pobres”. Dom Zenildo disse que “isso me fez lembrar uma mística que nos leva à solidariedade, uma Igreja solidária”, destacando a solidariedade do povo do Regional Norte 1 e na Amazônia, algo que vale para a Igreja no Brasil. Outro elemento apresentado, segundo o bispo, são os organismos do Povo de Deus, “instituições que caminham com um olhar voltado para a sinodalidade”.
Dom Zenildo afirma que “enquanto participante desta assembleia, eu fico rejuvenescido e vejo que ela acontece num tempo difícil, num tempo de sofrimento, de pandemia, mas ao mesmo tempo, ela reforça a nossa missão, alimenta a nossa esperança e acontece para iluminar com algumas temáticas os nossos planos, nossas diretrizes”. Ele disse querer deixar uma mensagem de esperança para o Povo de Deus, voltada para o que escreveu o Papa Francisco, “não deixem roubar a vossa esperança”, lembrando também as palavras de São Paulo, que diz, “Nada deve nos separar do Amor de Deus”.
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