Bispos da África em apelo de paz no Sudão do Sul, após missionário ser baleado
Andressa Collet - Vatican News
As orações do Papa Francisco pelo missionário comboniano de 43 anos, baleado em um ataque no Sudão do Sul no final de abril, e agora os desejos de paz, reconciliação e conversão nos corações do povo do país invocados pela Associação das Conferências Episcopais da África Oriental (Amecea). O Padre Christian Carlassare, bispo eleito de Rumbek agora passa bem e aguarda a ordenação episcopal marcada para 23 de maio.
A busca pela reconciliação
"Que todos aqueles ligados ao tiroteio", afirma um comunicado da associação, "sejam levados à justiça e que o bom Deus, que busca a reconciliação de toda a humanidade, intervenha para a conversão dos seus corações". A Conferência Episcopal do Sudão e do Sudão do Sul também seguiu a mesma linha, através de uma declaração, invocando a justiça e rezando pelos culpados, ao mesmo tempo em que exortou as autoridades de Juba a "tomar medidas sérias para identificar os responsáveis e levá-los à justiça".
O mesmo pedido foi feito pelo bispo de Tombura-Yambio, dom Barani Eduardo Hiiboro Kussala, que afirmou: "condenamos fortemente esse ato de maldade e barbárie e pedimos a todos de resistir juntos neste difícil momento de desafio, defendendo os valores cristãos como amor, a solidariedade, o cuidado, a unidade, o perdão e a paciência". O prelado acrescentou que "atacar uma pessoa inocente e indefesa é um ato de covardia, profundamente errado". Finalmente, dom Kussala faz um grande agradecimento a todos os missionários que trabalham no Sudão do Sul: "o povo ama vocês porque a Igreja no país nasceu e cresceu graças aos sacrifícios de muitos irmãos e irmãs missionários”.
A paz que pode vir com a visita do Papa
Em reportagem da última quinta-feira (29), produzida e divulgada por ‘Avvenire’, um jornal italiano de inspiração católica, o Pe. Christian concedeu entrevista e falou sobre a sua diocese de Rumbek, com “uma situação complexa, na qual apenas 12% da população é católica. Muito trabalho tem sido feito graças à presença de muitos institutos religiosos que se concentraram na formação dos jovens. As escolas seguidas pela diocese são 112. É um compromisso importante, na convicção de que a evangelização parta da educação: é a melhor maneira de construir uma sociedade até agora dificultada pela violência endêmica".
De fato, a guerra civil dos últimos anos deixou a sua marca, como confirma o Pe. Christian, porque "muitas armas circulam, usadas principalmente em confrontos entre clãs e para defender o gado - a verdadeira conta bancária dos ‘dinka’”. Ele explica ainda seria “necessário dar confiança às autoridades locais, mesmo que haja muito o que fazer, especialmente para o desarmamento. A reconciliação e o diálogo devem preocupar todos, não só à Igreja Católica". O Padre Christian disse ainda esperar que uma visita do Papa Francisco – desejo expressado em novembro de 2019, "seja possível, para levar adiante uma outra fase do processo de paz".
Vatican News Service -IP
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