Teólogo padre Zagore: catequistas, principais atores da evangelização na África
Vatican News
"Os catequistas na África foram os principais atores da evangelização, levaram adiante um trabalho extraordinário. Não foram simples colaboradores dos padres missionários, mas atores importantes na obra de evangelização da África."
Foi o que escreveu à Fides – agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos - o teólogo marfinense padre Donald Zagore, religioso da Sociedade para as Missões Africanas da Costa do Marfim, por ocasião da publicação do Motu proprio "Antiquum ministerium" do Papa Francisco, esta terça-feira, 11 de maio.
"Com poucos recursos, espirituais e materiais, os catequistas acompanham e levam adiante com determinação e fé a esperança de seus irmãos e irmãs. Creio que sem eles, a evangelização na África não teria tido o impacto que teve."
Os catequistas, primeiras vítimas do clericalismo
"Infelizmente – continua o teólogo -, quando falamos dos "heróis" da evangelização na África, os catequistas são em sua maioria esquecidos em benefício dos missionários religiosos.
Eles permanecem na sombra da história, da Igreja, dos padres e das freiras. Muitas vezes esta preciosa fonte de evangelização permaneceu relegada em segundo plano, catalisada numa dinâmica de papel secundário."
Padre Zagore assinala que, ao longo da história, os catequistas têm sido as primeiras vítimas do clericalismo. "Por não serem sacerdotes, seu heroísmo ou compromisso missionário foi de alguma forma banalizado."
O Papa reconhece ministério como vocação central na Igreja
"Com este documento - acrescenta o missionário -, o Papa Francisco quer fazer justiça aos homens e mulheres de fé que deram sua vida à missão, à evangelização, à Igreja na África em particular, e à Igreja no mundo inteiro em geral, reconhecendo seu ministério de catequistas como uma vocação no centro da vida da Igreja."
"Eles não se tornaram catequistas por acaso, mas responderam generosamente ao chamado de Cristo como fizeram todos os sacerdotes, missionários religiosos", insiste padre Zagore.
"A esperança seria assegurar que a vocação de um catequista na África não permaneça considerada 'de segunda categoria' em relação à sacerdotal. A vocação dos catequistas deve ser promovida como vocação específica e, para isso, todos os meios necessários devem ser postos em prática para fazer crescer este dom precioso que o próprio Deus oferece a seus filhos e filhas", conclui o religioso da Sociedade para as Missões Africanas.
(com Fides)
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