Desporto é “epifania da transcendência que habita o ser humano”
Rui Saraiva – Portugal
Decorrem de 23 de julho a 8 de agosto os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Devido à pandemia de Covid-19 as Olimpíadas têm lugar só neste ano de 2021.
A propósito deste grande encontro do desporto mundial, a Agência Ecclesia entrevistou Alexandre Palma, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e um dos coordenadores do projeto ‘Breve tratado das virtudes desportivas’, da cátedra ‘Manuel Sérgio’.
O professor universitário refere que a prática desportiva é “particularmente interpelante” gerando um contexto que pode ser “laboratório do humano”.
“A prática desportiva como prática plenamente humana é um lugar, um contexto, particularmente interpelante de conhecer a realidade humana com tudo o que ela encerra e na abertura que ela trás dentro de si. O desporto é também uma epifania da transcendência que habita o próprio ser humano. E aqui cá está: teologia, estudos da religião, filosofia, antropologia, podem ter no contexto desportivo um laboratório do humano que se transcende” – afirmou.
Alexandre Palma considera que “no universo do desporto existe uma janela, uma porta, um itinerário de transcendência que permite olhar a fé a partir do desporto e olhar o desporto a partir da fé”.
O professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica considera que a prática desportiva está a transformar as cidades.
“Como as cidades se vão transformando na sua própria malha urbana, no sentido de trazer algumas práticas desportivas para dentro da própria cidade. Mas hoje vemos ciclovias, aparelhos de instrumentação física em parques públicos, circuitos pedonais. A própria prática desportiva ganha um direito de cidadania” – refere o professor da Universidade Católica Portuguesa assinalando ainda que os novos “desportistas informais” criam “novos contextos culturais”.
Sobre a pandemia de covid-19, Alexandre Palma considera que a sedentarização devido aos confinamentos “fez perceber” a necessidade da prática desportiva, no entanto, afirma que “é ainda cedo para fazermos a síntese dos anos da pandemia”.
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