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O músico Ambrogio Sparagna e sua trupe no Hospital Gemelli, em 13 de julho O músico Ambrogio Sparagna e sua trupe no Hospital Gemelli, em 13 de julho 

“O eco do coração”, projeto solidário de música italiana que atraiu o Papa no hospital

De um lado do corredor do Hospital Gemelli, as crianças da Unidade de Oncologia; do outro, o quarto do Papa Francisco. Em meio? A música popular italiana de Ambrogio Sparagna que levava uma carícia aos pequenos pacientes carregada de carinho e alegria. Era 13 de julho, véspera de alta para o Pontífice, que podia ser agraciado com canções argentinas, mas “não consegui me lembrar de uma única nota”, confessa o músico emocionado, acostumado a tocar tangos argentinos nos shows.
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Andressa Collet - Vatican News

Que música seria aquela que percorria os corredores do Hospital Gemelli, em Roma, e teria chamado a atenção do Papa Francisco no andar onde estava internado, na última terça-feira, 13 de julho? Era do músico italiano Ambrogio Sparagna que, com a sua tradicional sanfona, levava alegria, carinho e conforto para as crianças da Unidade de Oncologia da Policlínica.

Na edição desta quinta-feira (15) do jornal vaticano L’Osservatore Romano, o artista assina um artigo em que conta sobre o projeto de solidariedade que está promovendo em Roma, mas, especialmente, sobre um momento inusitado vivido no hospital, que acabou envolvendo o Papa Francisco. Depois de ter montado todo o cenário para o espetáculo para as crianças, num “pequeno espaço teatral situado no átrio que divide a ala pediátrica com aquela onde está internado o Santo Padre”, o show começa, uma enfermeira se aproxima e pede para cantar alguma canção argentina “porque o Papa, do outro lado do corredor, estava escutando o nosso espetáculo”. Ambrogio escreve no artigo:

“Entre as muitas músicas que me vêm em mente, não tem nenhuma argentina, tanto que no final eu toco uma ‘pizzica’ explosiva (um tipo de tarantela do sul da Itália) para a alegria de um enfermeiro de Salento que começa a dançar gerando aplausos entusiasmados das crianças e de todos os presentes.”

O espaço acolhia tanto os pequenos pacientes como os seus pais, que haviam saído dos quartos e se posicionado ao longo do corredor. O músico italiano conta que via os olhos deles e dava “um frio no coração”, mas não podia parar pensar.

Em poucos minutos, entre uma canção e outra, o espetáculo se transforma “em uma doce carícia sonora” que chegava a todos os participantes. O músico italiano estava acompanhado dos artistas Maurizio Stammati e Erasmo Treglia, todos muitos entusiasmados e emocionados, mesmo não sendo a primeira vez que faziam a apresentação animada com canções e performance teatral no hospital: “por um momento, quase que por encanto, parecia estar no palco de uma das salas do Auditório ‘Parco della Musica’”, de Roma, disse Ambrogio.

O projeto solidário “L’eco der Core”

De fato, o músico italiano, além de promover grandes shows, até 28 de setembro está levando o espetáculo de música popular “L’eco der Core” (“O eco do coração”, na tradução livre do dialeto romano), que atraiu o Papa Francisco, até locais que acolhe os mais vulneráveis de Roma. Serão 15 concertos em casas caritativas, refeitórios, hospitais e paróquias, inclusive, no Santuário Divino Amore, em Roma. O projeto solidário é uma parceria de Ambrogio Sparagna, Orquestra Popular Italiana, Caritas local e Fundação “Musica per Roma”. Segundo colaboradores da Caritas, um projeto que “tem um forte poder curativo, chega em lugares inesperados para ajudar a reconstruir um percurso de regeneração e revitalização das relações sociais”.

A carícia do Papa que também chegou às crianças

Ambrogio Sparagna também confessa ao jornal vaticano que gosta de pensar que a música tenha ajudado aqueles pequenos pacientes “a passar algum tempo com alegria e doçura”. Tanto que já houve o convite para voltar ao hospital “o mais rápido possível”, levando a música que “fez muito bem ao coração das crianças e de suas famílias”. E o músico italiano finaliza o seu testemunho ao L’Osservatore Romano, contando:

“Ao sair do elevador, me vem em mente uma série de canções e tangos argentinos tocados durante anos em muitos shows. Fico um pouco zangado comigo mesmo. Tive a oportunidade de tocar canções populares na sanfona para o Santo Padre e não consegui me lembrar de uma única nota. Enquanto eu ainda estava ressentido pelo meu esquecimento, recebo uma mensagem de um responsável da assessoria de imprensa do Hospital Gemelli confirmando que o Papa, após ouvir o espetáculo do seu quarto, foi visitar as crianças na ala de oncologia e também ele deu uma carícia àqueles pequenos rostos marcados pelo sofrimento. Gosto de pensar que sobre aquela carícia também se refletia um pouco do nosso ‘eco der core’.”

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16 julho 2021, 10:56