Metropolita Hilarion: Eucaristia, força construtora da unidade da Igreja
Católicos e ortodoxos não podem ordinariamente compartilhar o Sacramento da Eucaristia, porque não vivem em plena comunhão eclesial. Mas, certamente, tanto católicos como ortodoxos reconhecem que “no pão e no vinho eucarísticos, após a sua consagração, temos não apenas a presença simbólica de Cristo, mas a sua presença plena e real”.
Com estas palavras, o presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, o metropolita russo Hilarion de Volokolamsk, confessou e reafirmou a fé compartilhada de cristãos católicos e ortodoxos na presença real de Cristo na Eucaristia.
E o fez na última segunda-feira, 6 de setembro, em seu pronunciamento durante os trabalhos do 52º Congresso Eucarístico Internacional que se realiza em Budapeste até o próximo domingo, 12 de setembro, e que será concluído com a Missa presidida pelo Papa Francisco.
Como católicos e ortodoxos - observou o reconhecido expoente da Igreja Ortodoxa Russa - “acreditamos que o pão e o vinho da Eucaristia são o verdadeiro Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Para os católicos e ortodoxos, a Celebração Eucarística "não é apenas uma recordação da Última Ceia, mas também a sua atualização para cada crente que dela participa", e o celebrante "não age na Eucaristia por conta própria. É em nome do próprio Jesus Cristo que diz as palavras originalmente pronunciadas por Cristo em sua Última Ceia. E é o próprio Cristo quem administra o Sacramento para aqueles que o seguem, não um sacerdote ou um bispo."
Referindo-se à representação da Eucaristia na arte ortodoxa, o Metropolita Hilarion - diz um comunicado divulgado pelo Patriarcado de Moscou - "tratou de forma particular da iconografia tradicional da 'Comunhão dos Apóstolos' e a descreveu como uma 'expressão eloquente da fé na Eucaristia como força construtora da unidade da Igreja”.
A recordar que o Metropolita de Pérgamo (Patriarcado Ecumênico de Constantinopla), Ioannis Zizioulas, reconhecido por muitos como o maior teólogo cristão vivo, em sua teologia eucarística indicou precisamente a Eucaristia como fonte da unidade da Igreja, obra eficaz de a graça divina, a única que pode restaurar a plena comunhão sacramental entre as Igrejas e as comunidades eclesiais, curando as feridas que ao longo da história dividiram os que levam o nome de Cristo.
Em entrevista concedida no verão de 2005 ao mensal 30DGiorni o metropolita Ioannis de Pérgamo repropunha o axioma formulado pelo teólogo russo Nicolai Afanassieff, segundo o qual "onde há a Eucaristia, está a Igreja". “Isto significa - comentou Zizioulas na ocasião - que cada Igreja local onde se celebra a Eucaristia deveria ser considerada como a Igreja plena e católica”.
*Com Agência Fides
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