Migrantes e Refugiados: Campanha “Eu não, nós”
Vatican News
A Campanha para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2021 teve início no dia 16 de setembro, com um momento místico que antecedeu uma série de atividades que incluíram entretenimento, momentos formativos e informativos sobre o fenômeno das migrações e do refúgio na atualidade. Além de algumas inciativas organizadas presencialmente, a ação como um todo, aconteceu desde o dia 16 e se encerra neste dia 26 de setembro, por meio de transmissões ao vivo pelo YouTube (Campanha Eu não, nós” Oficial) e ações no Facebook e Instagram.
O evento, que sucede a exitosa Campanha “Em fuga”do ano passado, é uma iniciativa das Irmãs Missionárias Scalabrinianas por meio da sua Assessoria de Imprensa, cuja equipe organizadora é formada por congregações religiosas diversas, Igrejas, jornalistas, artistas e juventudes. Inspirada na mensagem do Papa Francisco para este dia, “Rumo a um nós cada vez maior” e na sua Encíclica Fratelli Tutti, o evento visa dar voz à mensagem do Sumo Pontífice em favor das pessoas em situação de migração e refúgio, como também, chamar a atenção da Sociedade Civil para a necessidade urgente da acolhida, do respeito às diferenças e do cuidado do planeta.
Abertura destacou o cuidado da Casa Comum
Nos últimos anos, o fluxo mundial de refugiados ambientais cresceu e uma das causas pode ser a interferência do ser humano no ambiente. Embora a modernidade tenha trazido benefícios incalculáveis à tecnologia, às condições de vida e à ciência, é também verdade que tem contribuído com a degradação do meio natural.
De acordo com a organização britânica Carbon Diclousure Project, desde 1988, mais da metade das emissões de indústrias mundiais podem ser rastreadas em apenas 25 empresas e grandes estatais, o que significa que as alterações climáticas são consequências de um modelo que tem espoliado os bens necessários hoje e para as futuras gerações e de um sistema que esgota os recursos naturais.
Ainda, segundo a Cúpula do Clima, os mais afetados com as migrações climáticas são as crianças do sexo feminino, adolescentes e mulheres, pois são expostos a trabalhos pesados – nos quais, por exemplo, há escassez de água, ao machismo e à precariedade na educação e saúde.
Por isso, essa Campanha propôs, em sua abertura, o plantio de árvores como uma ação a favor do meio ambiente, entre tantas outras iniciativas que a ser realizadas durante o evento e se tornar uma atitude continuada em vista do bem-viver de todos.
A Programação
A Campanha contou com uma programação intensa, rica de conteúdos formativos e informativos, como também, entretenimento. Imigrantes e refugiados, ciganos, circenses universidades, igrejas cristãs, pastorais sociais e congregações religiosas, da América Latina e da Europa, contribuíram com o mosaico deste programa. Temas atuais relacionados ao fenômeno migratório como educação, infância, refugiados LGBTQIA+, Ensino Social da Igreja, Bíblia e Migrações, nômades, foram algumas das temáticas debatidas durante o evento.
O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
Desde 1914, a Igreja dedica o último domingo de setembro ao migrante e ao refugiado como uma ocasião para exprimir preocupação pela diversidade de pessoas vulneráveis que se deslocam; para rezar e orar por elas, dado que enfrentam muitos desafios; e para aumentar a sensibilização acerca das oportunidades proporcionadas pelas migrações.
Sobe para 82,4 milhões o número de refugiados
Conforme o relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de junho de 2020, subiu para 82,4 milhões o número de refugiados. Para o porta-voz do ACNUR, Luiz Fernando Godinho, a pandemia é uma das razões do significativo aumento do deslocamento interno. Também as crises na Etiópia, Sudão, Síria, Moçambique, Iêmen, Afeganistão e Colômbia provocaram um deslocamento interno de mais de 2,3 milhões de pessoas.
Ainda segundo Godinho, as guerras são a causa primeira dos deslocamentos. “As guerras continuam sendo o grande fator de deslocamento humano no mundo, isso joga luz aos líderes mundiais, precisam sentar à mesa para solucionar conflitos. Se os líderes não se entendem e não trabalham, o ano que vem falaremos de novos números ainda maiores”, afirma.
Fonte: Instituto Migrações e Direitos Humanos
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