Reflexão para o 24º Domingo do Tempo Comum
Padre Cesar Augusto Santos, SJ – Vatican News
A liturgia deste domingo nos interpela sobre quem é Jesus para nós, não tanto um questionamento aguardando uma resposta teórica, mas sobretudo a resposta de uma vida cristã.
Já na primeira leitura, extraída do Livro do Profeta Isaías 50, 5-9, temos a imagem do Servo de Javé, aplicada por Jesus a ele mesmo Jesus Cristo. Portanto esse Jesus identificado por ele como o Servo Sofredor desta perícope de Isaías, aceita o sofrimento imposto pelos ímpios e os acolhe na intelecção proporcionada por Deus e O tem como seu justificador e defensor.
Por outro lado, o seguidor de Jesus Cristo também deverá ter uma postura misericordiosa e atenta aos marginalizados. Isso nos ensina a segunda leitura, tirada da Carta de Tiago 2, 14-18.
A fé precisa e deve ser praticada em gestos concretos. “ ‘Comei à vontade’ sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso?” E prossegue: “... a fé, se não se traduz em obras, por si só está morta.”
Finalmente o Evangelho, Marcos 8, 27-35 nos enriquece com as duas respostas dadas por Pedro, uma bastante diferente da outra, e os comentários de Jesus.
Na primeira resposta à pergunta sobre quem é Jesus, Pedro, iluminado pelo Espírito, dá a resposta correta: Jesus é o Messias. Em seguida Jesus lhes fala de que ele sofrerá muito e será rejeitado pelo sinédrio, ou seja, pela liderança religiosa judaica daquela época. Aí, alimentado pela afetividade e pelo bem querer ao mestre, Pedro o repreende. Jesus faz o mesmo em relação à atitude de Pedro e até o chama de satanás. Ora, como o Cristo pode chamar seu discípulo e amigo de satanás porque ele o quer proteger do mal? Porque Pedro não deu o salto qualitativo sugerido pelos ensinamentos do mestre e continua pensando como homem. Jesus quer que seus amigos, continuem humanos, mas tenham modos de proceder divinos. Ele Jesus deverá ser o modelo. E aproveita a ocasião para falar claro com todos:” Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga.” Jesus é o verdadeiro mestre, sabe dizer não, coloca limites! Até para o amor que protege, faz bem dizer não, amadurece! Seguir Jesus é aceitar as vicissitudes da vida e continuar fazendo o bem, mesmo que isso signifique uma grande abnegação.
Concluindo, crer que Jesus é Deus, é o Messias salvador, significa aceitar as dificuldades e não recuar diante delas, além de praticar os valores cristãos, mesmo que isso exija forte renúncia de si mesmo, de relativizar os laços afetivos e entregar-se à cruz, sabendo que o Senhor está ao lado e é o nosso companheiro.
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