Ásia Central: evangelização inspirada na Evangelii Gaudium
Amedeo Lomonaco – Vatican News
"Logo que for possível, esperamos que a missão no Afeganistão possa retomar à sua atividade de testemunho e serviço". Esta é a esperança vibrante expressa durante o seminário online: "A Missão de evangelização na Ásia Central inspirada na Evangelii Gaudium". A expressão foi lançada pelo Padre Giovanni Scalese, superior da Missio sui iuris no país asiático, que recordou em particular a ponte aérea humanitária ativada em agosto passado no Afeganistão, depois que o Talibã tomou o poder. O sacerdote recordava a intervenção que permitiu o deslocamento para a Itália de cinco irmãs de Madre Teresa e 14 crianças com deficiências da ONG "Pro bambini di Kabul", acompanhadas por ele.
A fuga de Cabul
“Nossa saída do Afeganistão", disse o Padre Scalese, "foi milagrosa". Se pensarmos que um dia depois da nossa partida houve ataques sangrentos no aeroporto de Cabul e nos dias seguintes os voos foram suspensos, podemos dizer que fomos objeto de uma proteção divina especial. Poderíamos lamentar tanto a falta de eficiência da presença da Igreja no Afeganistão quanto sua súbita interrupção". "Porém, o que nos conforta", acrescentou o religioso barnabita, "são as palavras que o Papa Francisco escreveu em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2021: o livro dos Atos dos Apóstolos nos ensina a viver provações agarrando-nos a Cristo, a amadurecer na convicção de que Deus pode atuar em qualquer circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos, e a certeza de que os que se oferecem e se entregam a Deus por amor seguramente serão fecundos (citação retirada da exortação apostólica Evangelii Gaudium)".
A Igreja é missionária por natureza
O seminário, programado para 12 e 13 de outubro e organizado pela União Pontifícia Missionária, foi moderado pelo Padre Dinh Anh Nhue Nguyen, secretário geral da União Pontifícia Missionária. O webinar foi aberto com uma saudação de Dom Giampietro Dal Toso, presidente das Pontifícias Obras Missionárias. "A Igreja - disse - existe para evangelizar". O termo missão", continuou, "tornou-se de alguma forma sinônimo de mission, ou seja, a tarefa principal". Por um lado é uma coisa boa, por outro lado nos fez esquecer um pouco o verdadeiro significado da missão, como queria o Concílio Vaticano II, quando diz que missão é a proclamação do Evangelho e o estabelecimento de novas Igrejas".
Dom Dal Toso: sem missão não há Igreja
“Não é por acaso", disse Dom Dal Toso, "que o Papa Francisco e outros Papas dizem que a Igreja é missionária por natureza". Por natureza, quer dizer que se não há esta missionariedade, não há Igreja. A missionariedade não é apenas uma dimensão da Igreja". A Igreja é missionária por natureza: ou há missão ou não há a Igreja". "Sou muito grato ao Papa Francisco. Seu primeiro documento - acrescentou o presidente das Pontifícias Obras Missionárias - foi a Evangelii Gaudium. E creio que devemos retornar a esta inspiração fundamental do Papa: lembrar-nos, isto é, que a Igreja existe para evangelizar e que, portanto, todas as nossas atividades devem ter seu foco nisto".
Sussurrando o Evangelho
O núncio apostólico na Coreia do Sul e na Mongólia, Dom Alfred Xuareb, lembrou a valiosa contribuição dos missionários nos países da Ásia Central. "O que mais me fascina", afirmou, "é que os missionários vivam com o povo", aprendendo sua língua. Eles experimentam as mesmas alegrias e tristezas e, portanto, reconhecem a alma de um povo. "Podemos sussurrar o Evangelho para as almas dessas pessoas, porque as conhecemos. Sussurrar", explicou Dom Xuareb, "não significa ter medo de levantar a voz, de evangelizar". Mas basta soprar e já criamos uma harmonia com as pessoas com quem vivemos".
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